OIKODOMEN - EDIFICAÇÃO CRISTÃ: Um Olhar Limitado - Jonas 1-4

Um Olhar Limitado - Jonas 1-4 - Estudo Bíblico 38

O livro de Jonas, esse livro é diferente dos outros livros porque a mensagem dele é tão direta, tão simples, que a gente nem se preocupa de ele ser do Velho Testamento. Ele parece até um livro do Novo Testamento, de tão direta que é a mensagem. Porque a mensagem está falando sobre o coração do povo de Deus. O povo de Deus tem o privilégio de conhecer a salvação, de conhecer a Palavra de Deus, mas, às vezes, o povo de Deus é egoísta com isso. Acha que é só para si. A gente acha que a gente é dono de Deus.

Então, Israel, às vezes, achava que era dono de Deus, e Jonas está no meio desse pensamento: "Eu sou dono de Deus, Deus é só para mim. A salvação é só para mim, a palavra de Deus é só para mim, o conhecimento de Deus é só para mim".

Então, quando Deus mandou pregar para outro povo, ele fugiu. No capítulo 1, a gente viu lá: Deus mandou ele pregar em Nínive, que é a capital do Império Assírio. Aí, ao invés de pregar na cidade, ele pegou um navio para ir para o lado oposto. Lá no navio começou uma tempestade. Os marinheiros desesperados lá, cada um orando para o seu deus, e Jonas lá dormindo na hora da tempestade.

Eles acordaram ele e ele falou que está fugindo de Deus, então provavelmente a causa é ele mesmo. Então, se jogar ele no mar, a tempestade vai parar. Realmente, quando jogaram ele no mar, a tempestade parou. E aqueles marinheiros que eram pagãos, que não conheciam a Deus, por causa disso, se converteram ali na hora. Jonas está lá afundando no mar e eles estão se convertendo, porque o mar parou a tempestade naquela hora.

E aí, Jonas está lá afundando no mar e Deus manda uma baleia engolir ele e levar ele para a praia. Lá dentro da baleia, Jonas, o que achou? Achou que ia morrer, né? Achou que acabou o tempo dele, mas lá dentro da baleia ele faz uma oração que está no capítulo 2 de Jonas, que a gente leu no domingo passado. Aí, nessa oração, ele promete a Deus: "Se me livrar daqui, eu vou cumprir o meu voto". Provavelmente ele prometeu para Deus que ele iria pregar. "Agora eu vou pregar, tudo bem, dentro da baleia, agora eu vou". Depois de tudo isso aí, a baleia vomita Jonas na praia e Jonas vai pregar.

Só que aí Jonas, ele continua com o coração dele meio duro, né? A pregação dele é assim, ó: "Daqui a quarenta dias vai ser tudo destruído. Daqui a quarenta dias vai ser tudo destruído". Ainda vai para outro lugar da cidade: "Daqui a quarenta dias vai ser tudo destruído". É uma pregação assim, de má vontade, né? Só para cumprir tabela. Ele vai embora.

Só que, mesmo assim, mesmo ele pregando de má vontade — só falou que vai ser destruído, não falou o que tem que fazer, não falou que tem que se arrepender, não falou quais são os pecados de Nínive — mesmo assim, o povo se despertou ali, começou a se arrepender. O próprio rei mandou todo mundo fazer jejum até Deus perdoar eles. E, de fato, Deus perdoou eles. Eles se arrependeram, né? E Deus perdoou eles. Deus cancelou o castigo da cidade.

No capítulo 4, Jonas foi lá para cima de um morro para ficar olhando a cidade. Ele está torcendo para a cidade ser destruída. Ele está lá esperando: "Cadê? Agora vai. Agora vai. Deus vai destruir". Que nem Deus fez com Sodoma e Gomorra, Deus vai destruir Nínive. Ele está lá esperando, e a cidade não é destruída.

Aí ele começa a reclamar com Deus. Não foi isso? "Foi por isso que eu fugi. Eu sabia que Deus é misericordioso, que Deus ia ter misericórdia, que Deus não ia destruir a cidade, mas eu queria que destruísse. Eu queria que esse povo todo morresse". Aí, Deus até perguntou: "Você tem motivo para estar tão irado assim?". Ele falou: "Tenho motivo, sim, para estar irado".

Aí, no dia seguinte, cresceu uma aboboreira, né? Uma planta, né? Que dá abóbora. Aí cresceu, fez uma sombra. Aí, Jonas ficou embaixo daquela sombra ali, naquele calor. Ele continua lá esperando. Então, ainda tem a esperança de que a cidade deve ser destruída. Ele está com aquela expectativa de que Deus vai destruir a cidade. Mas, agora, ele está com a sombra em cima da cabeça dele. E aí, ele ficou feliz que apareceu uma sombra e ficou ali embaixo da sombra.

Só que, no dia seguinte, durante a noite, Deus tinha mandado um verme para lá para matar a aboboreira. O verme foi lá e matou. De manhã, não tinha mais. Tinha morrido aquela planta. Não tinha mais sombra. Começou o sol a bater na cabeça de Jonas.

Aí Jonas reclamou com Deus: "Por que você matou essa aboboreira?". Aí Deus falou com Jonas: "Você teve pena de uma planta que você não criou, não fez crescer, não adubou, não cuidou e morreu no dia seguinte. Está com pena dessa planta. E você não está com pena das pessoas da cidade. Ele não deveria ter pena das pessoas também? Porque ali tem milhares de seres humanos. Não deveria ter pena deles também?".

Aí o texto acaba assim; não diz o que Jonas fez, se Jonas se arrependeu ou não. Eu sei que o texto é um retrato de como, às vezes, o povo de Deus pode se tornar tão soberbo que acha que só ele merece ser salvo, só ele merece ter comunhão com Deus. A gente já viu lá no livro de Amós, no capítulo 9, Amós dando lá essa repreensão para o povo, em Amós 9:7. Deus falando assim: "Para mim, vocês são iguais aos etíopes. Eu tirei vocês do Egito, mas eu também tirei os sírios de Quir, também tirei os filisteus de Caftor". Ou seja, Deus tem um plano com outros povos também. Deus também ama os outros povos. Deus não é nossa propriedade. Nós não somos os donos do Reino de Deus. O Reino de Deus é sobre o mundo inteiro. E essa graça de Deus, essa misericórdia de Deus, também está sobre todas as pessoas.

E por isso que, na verdade, Deus levantou Israel. Não era para Israel se tornar egoísta e achar que é o dono de Deus. Deus levantou Israel para ele ser um farol para as nações conhecerem a Deus por meio deles. Como a gente leu lá no Salmo 96, alguns domingos atrás. O Salmo 96 fala: "Anunciar entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas, e proclamar sua salvação". Ou seja, mesmo para Israel, no Velho Testamento, ele tinha um propósito de fazer Deus ser conhecido pelos outros povos.

E aí, como eu falei o seguinte, esse texto de Jonas, ele é diferente porque ele não é uma coleção das pregações de Jonas. É uma história com Jonas. Só que é uma história para mostrar o coração do povo de Deus. Para a gente ler a história e refletir se nós não somos essa pessoa aqui. Se nós não somos a pessoa que tem as mesmas atitudes de Jonas.

A primeira atitude de Jonas, lá no capítulo 1, é que ele fugiu do chamado. Deus tinha um chamado para ele, mas ele fugiu do chamado. Não queria cumprir o chamado.

É claro que existe uma relutância normal, né? Você sabe que é uma coisa séria você cumprir o chamado de Deus. Tem uma relutância. Tem um certo receio. Esse receio é normal. Que nem Moisés teve, né? Ele falou: "Não, Senhor, eu sou gago, não sei falar, sou pesado de língua. Manda outra pessoa". Ou Jeremias falou; Jeremias falou assim: "Eu sou muito novo, não sei falar também, eu sou muito novo". E relutância é normal. Agora fugir, não. Relutância, o próprio Deus fala, Deus respondeu para Moisés, Deus respondeu para Jeremias que Ele vai estar com eles, Ele vai capacitar. Se eu estou te chamando, eu também já estou te capacitando. O próprio chamado já é uma capacitação. E aí, existe a pessoa que é relutante, que é normal.

Agora tem a pessoa que foge. Que nem Jonas fugiu. Jonas fugiu para não acontecer, para ele não ter que pregar. Mas aí, Deus mandou a tempestade para o navio, depois mandou a baleia para colocar Jonas lá na praia para ele pregar. Ou seja, se Deus quiser te usar, e se você fugir... Um dia Deus vai botar uma baleia para te usar lá. Não tem como fugir de Deus, não. Entendeu? Deus tem um chamado, Deus vai fazer acontecer.

É, a gente já falou sobre isso aqui, né? Tem aquela passagem lá do Filipe, né? Não do filipense não, o Filipe mesmo, lá em Atos 8, que está passando a carruagem, e aí ele sente no coração, vai lá e fala com ele. Aí lá ele conseguiu pregar o Evangelho e o eunuco lá se converteu. Então, assim, foi batizado. Desejo de fazer a obra de Deus é um chamado. Porque esse desejo de fazer a obra de Deus não vem de você, né? Nem vem do diabo, com certeza. O diabo não quer que a gente faça a obra de Deus. Mas se você sentir no coração que tem que fazer alguma coisa por alguém, visitar uma pessoa que está afastada, visitar uma pessoa que está doente, falar de Deus para alguém que não conhece Jesus, esses desejos são obras do Espírito Santo para nos convocar, com certeza.

Assim como o Jonas fugiu, se a gente fugir, é capaz de Deus colocar uma baleia lá para levar a gente no lugar. Porque, assim, é uma coisa séria. A gente não está brincando com as coisas de Deus. A gente não pode brincar com as coisas de Deus. Não pode deixar assim, achar que, se eu deixar para lá, não vai acontecer nada. Se Deus está te chamando, você tem que levar Deus a sério. Tem uma passagem lá em 1 Coríntios 9, que Paulo fala assim: "eu não tenho do que me gloriar se eu prego o Evangelho, porque em mim é imposta essa obrigação, e ai de mim se eu não pregar o Evangelho". Então, assim, ele entende que é um dever, é um dever cristão você pregar o Evangelho.

A gente tem uma passagem também lá de Ezequiel 3, que fala que a gente é uma atalaia, alguém que avisa. Se eu avisar o ímpio que o ímpio morrerá, e tu não avisar, o ímpio vai morrer. Mas você... "eu vou cobrar de você o sangue". Lá em Ezequiel 3. Você tem uma responsabilidade de avisar as pessoas. Quando Jesus ressuscitou, ele deixou estas duas instruções para os discípulos. Primeiro: "ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura". E a outra, lá no Mateus 28, ele fala: "fazei discípulos de todas as nações". Até Jesus voltar, enquanto ele não voltar, se eu sou cristão, eu estou dentro dessa missão de Deus de pregar o evangelho a toda criatura e fazer discípulos de todas as nações.

Mesmo que a pessoa não se considere com o dom de evangelista. "Não, eu não tenho esse dom para ser um evangelista". Você pode não ter. Existe realmente a pessoa que tem uma vocação especial para ser evangelista. É verdade. Para ser um missionário, que vai lá para outro país, isso existe. Mesmo que você não tenha esse chamado específico, mas, assim, no seu dia a dia, com as pessoas que você convive, com a sua família, com os seus vizinhos, com os seus colegas de trabalho, você tem uma responsabilidade de representar Jesus Cristo para eles.

Mesmo que você não faça uma pregação elaborada e tal, que você vá citar a Bíblia ou fazer um resumo teológico para a pessoa, mas só de você falar que Jesus é tudo para você, só de você falar "Jesus é o Senhor da minha vida", só de você falar "Jesus é o meu salvador", só de você recomendar à pessoa: "procura Jesus na sua vida", só isso Deus já pode usar. Porque esse texto mesmo de Jonas, você vê que Jonas só falou uma frase: "Daqui a quarenta dias vai ser destruída a cidade". E Deus usou essa uma frase para converter a cidade toda.

Porque quem faz a obra é o Espírito Santo, não é a gente. Não precisa de uma pregação elaborada, uma coisa espetacular, um discurso grande para convencer as pessoas, não. Inclusive, Deus usa a gente do jeito que a gente é, com aquilo que a gente tem. Não tem desculpa de falar assim: "ah, eu tenho pouco conhecimento". Não tem desculpa. Aquilo que você tem, você tem que passar. Mesmo que você conheça pouco, o pouco que você tem, se você passar adiante, Deus vai usar esse pouco para converter as pessoas.

Jesus chegou lá diante da multidão, todo mundo com fome, e Jesus perguntou: "o que a gente tem aí?". A gente só tem cinco pães e dois peixes. Mas, na mão de Jesus, cinco pães e dois peixes ele multiplicou e alimentou a multidão toda. Então, o que você tem? "Não, conheço pouca coisa, só sei que Jesus é salvador, que tem que crer em Jesus para ser salvo, só sei isso". Mas, se você passar isso que você tem, Deus pode usar para salvar a pessoa. Assim como Jonas só passou uma frase, só falou uma frase lá na cidade, e é essa frase que converteu a cidade toda. Porque a diferença é Deus. Deus faz a diferença.

Lembra lá no João 3? Jesus falou para Nicodemos assim, ó: "O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai". Então, o vento, quando Jesus está falando que o vento sopra onde quer, Jesus está falando do Espírito Santo. Então, o Espírito Santo, ele tem poder, ele tem soberania para atuar onde ele quiser. Que nem ali: ele usou um profeta mal-humorado, cheio de raiva, que fez as coisas de má vontade, e mesmo assim ele usou e converteu as pessoas. Mesmo assim, cara, quanto mais a gente; se a gente tiver boa vontade, se a gente for esforçado, ele vai usar com certeza. Mas ele é soberano, e às vezes o resultado é uma coisa que a gente não espera.

Porque assim, você vai lendo a história de Jonas, esse livro aqui é um livro que vai te surpreender na situação. Porque quem devia ser a pessoa que não conhece a Deus, que não se importa com Deus, que não faz a vontade de Deus, está fazendo. Os pagãos é que estão se convertendo: primeiro os marinheiros, e depois o povo da cidade de Nínive. Eles que estão se convertendo, eles que estão tendo o temor de Deus. Eles que estão levando a sério a Palavra de Deus, mais do que o próprio profeta.

O profeta deveria ser a pessoa que mais leva a Deus a sério, mas eles estão levando a Deus mais a sério do que o profeta. Então, assim, tem às vezes pessoas que você não esperava que iam se converter, mas se convertem. Por quê? Por causa do que Jesus falou: "o vento sopra onde quer". Então tem a pessoa que você não dá nada por ela e daqui a pouco ela está se convertendo. O Espírito Santo soprou ali e ela aceitou.

É pregar o evangelho a toda criatura. É ser humano? É ser humano. Então, se é um ser humano, tem que ouvir o evangelho. Não importa se ele já tem religião, se ele já foi batizado quando era bebê, se ele já é da igreja evangélica; tem que ouvir o evangelho também. Se ele é de outra religião, se ele não tem religião nenhuma, não importa.

Se ele é bonzinho, se é um bom cidadão, se é bom pai, boa mãe, bom marido; ou se ele é um criminoso, se é bandido, se é um mau pai, má mãe, mau marido, má esposa, se é um mau filho; se é uma pessoa boa, uma pessoa ruim, se é uma pessoa religiosa ou não religiosa: todo mundo tem que ouvir o Evangelho.

Porque o Evangelho é a mensagem principal que Deus tem para a humanidade: que Deus enviou o seu Filho, Jesus, para morrer pelos nossos pecados. "Quem se arrepender dos seus pecados e crer nele será salvo". O mundo inteiro tem que ouvir isso.

Então, se a pessoa gosta ou não gosta, se a pessoa crê ou não crê, se ela resiste ou não resiste, tanto faz. Todo mundo tem que ouvir. E nós, como cristãos, temos que ter essa palavra na nossa boca: de que quem crê em Jesus será salvo. Essa frase tem que estar sendo falada por nós.

É decisão dela, porque é livre. Você é livre. Você tem que colaborar com Deus. Deus nos transforma, mas não é sem a gente. Ele nos transforma conosco, junto. Lá no Atos 7, o Estêvão reclamou com aqueles judeus lá: "Vocês estão sempre resistindo ao Espírito Santo". Então, quando você decide pecar, é porque você resistiu ao Espírito Santo, que está mandando você não pecar. Mas aí você é livre. A decisão é sua.

Vai ter consequências? Deve ter consequências, porque, mesmo que a pessoa seja salva, se ela decide pecar, tem uma consequência, porque Deus é um Pai que disciplina a gente. A gente tem uma disciplina de Deus. Ele não vai jogar a gente fora, mas pode vir uma disciplina de Deus para a gente poder cair em si e voltar para o caminho. Deus pode trazer uma consequência, pode trazer uma provação para a vida dele, para ele acordar. É possível sim.

Porque Hebreus fala isso: "Se estais sem disciplina, da qual todos se tornaram participantes, sois então bastardos, e não filhos". Se você é filho, você vai receber uma disciplina de Deus, porque Deus ama os seus filhos. E "Deus disciplina a todos os que ama".

O seguinte, eu estou falando que tem pessoas que a gente não esperava que vão se converter e se convertem. Imagina lá no Mateus 8, tem aquele endemoniado lá, que tinha uma legião dentro dele. Tu acha que as pessoas da cidade esperavam que ele se convertesse? Jesus foi lá e libertou o cara. Já tinham aprisionado ele, já tinham acorrentado ele. Nada dava jeito. Mas com Jesus houve libertação. As pessoas não esperavam: "Esse cara aí não tem jeito. Esse aí está todo entregue. Ele está todo endemoniado. Não tem solução". Agora, para Jesus, tem.

É a mesma coisa. Os outros poderiam pensar assim: "Esse povo é mau demais. É perverso demais. Não tem solução". Mas chegou lá e teve; o povo se arrependeu. Então, assim, não existe a pessoa impossível para Jesus, não. Jesus pode salvar qualquer um. Até a pessoa que você acha que é impossível se converter, ela pode se converter. Porque não tem limite para a salvação de Jesus. Ele está aberto a todas as pessoas. Qualquer pessoa pode ser salva.

E aí, o que acontece? Tem também as pessoas que você não quer que sejam salvas. É o caso de Jonas. Aquele povo lá era do Império Assírio. Era o império que estava tentando dominar Israel. Um dia, eles dominaram; lá, uns cem anos depois, eles dominaram mesmo. Mas é assim: era um império que ameaçava Israel, ameaçava escravizar Israel. Então Jonas, como israelita, ele odiava aquele povo. Ele odiava por ser um povo que queria dominar o povo dele. Então: "Eu não quero que esses se convertam. Eu quero que eles morram". Por isso que ele foi lá para cima do morro esperando cair o fogo do céu, e não caiu. Não caiu o fogo do céu.

Agora veja: a pessoa faz mal à gente. Você é cristão. A pessoa faz mal a você. Você pode até ter raiva dela, mas essa raiva não pode chegar ao ponto de você querer que ela vá para o inferno. Não pode chegar a esse ponto. Porque tem pessoas que torcem para o outro morrer e ir para o inferno. Aí você está fora do amor de Deus. Onde é que está o amor de Jesus em você? Porque Deus fala lá em Ezequiel 18: "Acaso tenho eu algum prazer na morte do perverso?, diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?".

Se Deus não tem prazer na morte, quanto mais nós; não temos que ter prazer na morte de ninguém. Porque "Deus não tem prazer na morte do ímpio". Se o ímpio morre pela sua própria decisão de viver errado, ele vai colher o que ele plantou. Só que Deus não tem prazer nisso.

O Jesus, lá no Sermão da Montanha, falou para a gente o seguinte: "Orai pelos que vos perseguem", né? E lá em Romanos 12:14, fala: "abençoai e não amaldiçoeis". Então, assim, qual é a maior bênção que a pessoa pode receber? Não é a salvação? Então, esse "orai pelos que vos perseguem", em vez de você — alguém está fazendo mal a você — em vez de você orar para ele ser castigado, você ora para ele ser convertido. "Converte essa pessoa". Porque, no dia em que a pessoa for convertida, ela própria vai se arrepender do mal que faz e vai fazer a reparação dela pelo que fez contra você.

Então, a maior bênção que alguém pode receber é a salvação de Jesus. Assim, se alguém nos faz mal, eu não só não posso orar pelo mal dela, não posso desejar o mal dela, como eu tenho que orar pelo bem, e pelo maior bem possível; e o maior bem é a salvação, que ele encontre Jesus e seja salvo. Porque, no dia que acontecer isso, ele vai se arrepender dos seus pecados.

Devemos orar pela salvação das pessoas. Que nem fala lá em 1 Timóteo 2, Paulo manda orar pela salvação de todo mundo, porque "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade". Então, se você ora por alguém, a única oração que você tem para fazer é essa. Se a pessoa é má, se a pessoa é maligna, a sua oração é a seguinte: "Meu Deus, salva essa pessoa. Dá a ela o arrependimento, dá a ela a contrição do coração, dá a ela a salvação, a fé em Jesus". Porque, no dia que ela se converter, está tudo resolvido. Porque ela vai parar de fazer o mal, vai fazer o bem, vai querer fazer reparação pelo que fez.

Inclusive, se ela cometeu um crime, a pessoa convertida de verdade, se cometeu um crime, vai se entregar lá. Tem pessoa que comete crime e fala: "Não, agora sou de Jesus e está tudo certo". Não. Se você é de Jesus, você vai lá na delegacia, vai confessar tudo o que você fez, vai se entregar lá na justiça. Se te prenderem, prenderam. Porque o arrependimento de verdade inclui você restituir tudo o que você fez. Todas as pessoas a quem você fez mal, você vai lá e pede perdão. E o que você roubou, você restitui. E se está devendo para a sociedade — no caso de ter cometido um crime e ter a penalidade de tantos anos de cadeia — você vai lá e se entrega: "Não, eu estou aqui. Eu fiz isso, isso e isso; podem fazer o que quiserem comigo aí. O que eu merecer, vocês podem fazer comigo". Esse é um arrependimento de verdade, né?

Se você se converteu, você não vai mais se vingar a si mesmo. Você não vai querer o mal do outro. Que nem o Jonas, que está lá torcendo para as pessoas morrerem. Como é que pode? O cara é um servo de Deus e está torcendo para as pessoas morrerem. É absurdo, não é? Agora, você vê que o Jonas... Deixa eu falar um negócio aqui. O Jonas tem um preconceito para com aquelas pessoas, com o pessoal de Nínive. Ele tem ódio por aquelas pessoas. Ele tem um preconceito.

Às vezes você, mesmo sendo um evangélico, se você tem preconceito contra algumas pessoas, isso aí pode te tornar igual a Jonas, parecido com o Jonas. Tipo assim: você não espera que se convertam e você não quer que se convertam; quer mais é que a pessoa morra, que vá para o inferno, de tanto ódio e tanto preconceito que você tem por aquelas pessoas. Aí a gente tem que estar avaliando se a gente também tem alguns preconceitos. Porque o Jonas tinha preconceito, o Jonas não queria pregar para eles por causa do preconceito que tinha para com eles.

Agora, o cristão não pode ter esse preconceito. Como a gente já falou, o mandamento de Jesus é "pregar o evangelho a toda criatura". Então, a pessoa pode ser de qualquer religião, pode ser sem religião, pode ser bandido, pode ser uma pessoa má, uma pessoa perversa: ela tem que ouvir o evangelho de alguém.

Então, as pessoas que estão à nossa volta, todo mundo com quem a gente tem contato, eu tenho que falar de Jesus para elas. Não importa quem seja. E se a pessoa vai receber ou não vai receber, aí é entre ela e Deus. A gente faz a nossa parte de falar o Evangelho.

Deixa eu mostrar uma passagem aqui, em Apocalipse 7. Ainda sobre essa questão aí do preconceito contra as pessoas que nos impede de pregar para elas. Apocalipse 7, versículo 9. O que é que fala aí? "Depois destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia numerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas e com palmas nas mãos".

Essa passagem aqui é muito bonita, né? Porque diz que ele viu uma grande multidão que era incontável. Essa multidão era das pessoas salvas. E as pessoas que foram salvas, lá no livro de Apocalipse, são pessoas de todas as nações, de todas as tribos, de todos os povos e de todas as línguas. Estavam ali diante do trono, perante o Cordeiro. Então, assim, essa questão aí da barreira cultural — de eu pregar para quem é diferente — eu tenho que vencer para poder se cumprir essa palavra aqui. Porque o Evangelho é para salvar pessoas de todos os tipos, de todas as nações, de todas as culturas, de todas as línguas, de todos os povos.

Então, tem uma pessoa que, às vezes, é meio diferente da gente; essa pessoa eu tenho que falar com ela também. Não é só falar com quem é igual, com quem é do mesmo bairro, quem é da mesma cultura, quem é da mesma classe social, não. Eu tenho que falar com o pobre, tem que falar com o morador de rua, tem que falar com o rico — o rico que está lá preso dentro do seu condomínio, que não tem nem acesso a ele, tem que falar com ele. Graças a Deus que hoje tem a internet, que a gente consegue falar com pessoas de todas as classes sociais. Mas a pessoa que está lá em outra classe social, que a gente nem tem acesso, ela também tem que ouvir o Evangelho. E a pessoa que está lá em outra classe social, lá na Cracolândia, com quem eu não convivo, eu tenho que ir lá falar com ela também. É todo mundo: seja rico, seja pobre, seja pessoa boa, pessoa ruim. O bandido que está lá na boca de fumo e o policial também; também tem que ouvir o evangelho. Todo mundo. O juiz, o comerciante, o camelô, todo mundo tem que ouvir o evangelho. Não são só as pessoas parecidas.

Inclusive, lá no livro de Atos tem esse movimento assim, essa dificuldade. Lá em Atos 10, Pedro, naquela época, só pregava para judeus. Aí Deus tem que mostrar para ele uma visão de todos os animais e dizer: "pode comer agora todos os animais". Aqueles animais que você não podia comer na lei, você pode comer agora. Por que eu posso comer agora todos os animais? Porque aqueles animais representavam os gentios, outros povos. Ele falou: "agora eu já purifiquei eles também". Não é só você que é puro, não; o outro também pode ser purificado. Em Jesus Cristo, se ele recebesse a Palavra, ele seria purificado. Aí Deus quebrou o preconceito na cabeça de Pedro para enviá-lo lá na casa do romano, o Cornélio, para pregar para ele. Pedro só pregava para judeus.

Então, assim, você pregar para quem é parecido com você é muito fácil. Pessoa igual a você, que fala a mesma língua, da mesma cultura, do mesmo bairro. Pessoa parecida com você, aí é mais fácil. Só que tem que pregar para a pessoa que é diferente também, porque o Evangelho é para toda criatura.

Lá no Concílio, alguns diziam que os gentios tinham que obedecer à lei. Mas Tiago falou: "não, não tem que obedecer à lei, não". A pessoa que se converte e vem de outro povo, o que ela recebe direto é só a doutrina de Jesus, só a doutrina dos apóstolos. Porque Moisés já tem quem pregue lá em todas as sinagogas. Então, no Concílio de Atos 15, decidiram o seguinte: para receber a Cristo, não precisa se tornar judeu. Você pode continuar na sua cultura, do jeito que você é.

Inclusive, aqui em Apocalipse 7:9 aparece isso: quem é salvo são as pessoas de todas as culturas. Você é brasileiro? Você vai ser brasileiro lá no céu. O chinês que aceitou Jesus vai ser chinês no céu. O africano vai ser africano. O europeu vai ser europeu. Porque a glória de Deus está justamente nisso: em salvar as pessoas diferentes, em salvar todo mundo e unir em um povo só.

Às vezes a igreja tem essa tendência de que todo mundo entre na forma, entre na caixinha, fique todo mundo igual. Mas não é para ser todo mundo igual. É para ser todo mundo igual na fé. O que a gente vai ter igual é que nós cremos e nos unimos a Jesus. Agora, se você tem estilo diferente, se tem roupa diferente, se tem costume diferente, nada disso é essencial para a salvação; o que é essencial é a pessoa crer em Jesus.

Então, às vezes, algumas igrejas têm uma tendência de botar uma forma na pessoa, de dizer que ela tem que falar deste jeito, tem que se vestir deste jeito, tem que se comportar deste jeito; e a pessoa entra numa caixinha ali para ser conformada àquela tradição. Mas eu estou vendo aqui em Apocalipse 7:9 que lá no céu vai ter pessoas totalmente diferentes, de todas as tribos, todos os povos, todas as línguas. Eu tenho que aceitá-los, porque a única coisa que precisamos ter igual é a fé em Jesus. Todo mundo crê no mesmo Jesus. Deus é o nosso salvador. Nós nos arrependemos dos nossos pecados. Jesus nos salvou. Aí tem que ser igual.

O resto pode ser diferente: a cultura diferente, o costume diferente. Aquilo que não for pecado, você é livre. Tudo o que a Bíblia não falar "isso aqui é pecado", você faz se quiser. Tudo o que você quiser fazer que a Bíblia não proíbe, você pode fazer.

Mas, às vezes, como igreja, a gente quer moldar as pessoas para ser todo mundo igualzinho, como se fosse uma caixa de fósforo. E não é esse o chamado da Bíblia. Inclusive, isso é uma coisa empobrecedora. A riqueza do evangelho é justamente chamar as pessoas diferentes para conviverem. Na igreja, você deveria estar convivendo com pessoas diferentes de você. Pessoas que não pensam igual, que têm costumes diferentes, culturas diferentes, para que a glória de Deus seja justamente Ele salvar todos os tipos de pessoas. Essa é a glória de Deus.

Jonas achou que a salvação era só para ele. Aí Deus falou para ele: "não, a salvação é para eles também". Esse povo é totalmente diferente de você, mas eu também amo eles, eu também tenho a salvação para eles. Se eles se arrependerem, eu também vou recebê-los assim como eu recebi você.

O dia em que a pessoa parar de resistir ao Espírito Santo, vai acontecer a obra. Como fala lá no Atos 7, né? O que faz a diferença é você resistir ou não resistir. Porque o Espírito Santo chama. Toda vez que a Palavra de Deus está sendo proclamada, o Espírito Santo vai chamando as pessoas que estão ouvindo. Ele vai lá no coração chamar a pessoa. Aí a pessoa diz sim ou diz não. A decisão é sua. No dia em que você disser sim, Ele vai começar a transformar você de dentro para fora. Mas é decisão. Se não fosse assim, se não tivesse essa liberdade, a gente viraria robô. A gente seria um robô na mão de Deus, um fantoche. E não é assim na Bíblia.

A Bíblia fala lá em Êxodo 35 que Deus disse o seguinte: "trazei oferta, mas oferta daquele que sentir no seu coração". Ou seja, ele tinha que trazer a oferta para fazer o tabernáculo, mas só ia trazer quem sentisse no coração, quem livremente decidisse trazer a oferta. Então, Deus quer ser adorado e servido de forma voluntária. Eu preciso que a pessoa concorde, senão seria todo mundo um robô. A glória de Deus está justamente em que as criaturas racionais d'Ele O adoram e O servem voluntariamente. Então, quando chegou a palavra na vida da pessoa, ela voluntariamente abriu o coração e deixou o Espírito Santo atuar na vida dela.

Catecismo Batista Ampliado. LOPES, M. (Org.).Versão 46 (29/07/2025), em edição.

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Eclesiologia: Doutrina Bíblica da Igreja. LOPES, M. Versão 43 (18/04/2025).

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ESTES SÃO OS VÍDEOS MAIS ASSISTIDOS DO CANAL:

Meu jugo é suave - Mt 11:25-30 - Louvores IA 12 - https://youtu.be/e6RNim9ZIJM

Separação entre Igreja e Estado - Eclesiologia Batista 2 - https://youtu.be/rKsk4rpsYZM

Liberdade Religiosa - Eclesiologia Batista 1 - https://youtu.be/of188MoaBvA

O Altar de Damasco - 2Rs 16:7-14 - Estudo Bíblico 10 - https://youtu.be/tebI5JWr7gM