23/07/2023

Nosso orgulho contradiz a Graça de Deus - Lucas 18:9-14 - Pregação 10

Nosso orgulho contradiz  a Graça de Deus Lucas 18 9 a 14 pregacao 10

VÍDEO DESTE TEXTO


9a

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, 

O fundamento estava errado. A religião verdadeira é reconciliação do homem com Deus, por iniciativa de Deus. Por graça e misericórdia de Deus. Ao crer que é justo, o homem se coloca em uma posição como se merecesse algo de Deus. Ao confiar em si mesmo, o homem nega que precisa ser salvo por Deus. E mesmo que reconheça que precisa ser salvo, atribui a salvação à sua propria justiça, uma salvação por merecimento, que pensa ter, ou ter adquirido.

Mesmo que não creiamos na salvação pelas obras, a tentação de atribuir a algum ato nosso a causa da salvação, permanece, pois ainda podemos pensar: “fui salvo porque eu me arrependi, fui salvo porque eu cri, fui salvo por que eu me decidi, eu fui salvo porque eu entreguei a vida a Jesus, eu fui salvo porque eu me batizei, eu fui salvo porque eu entrei para a igreja, etc”. Não, não, eu fui salvo porque Deus foi propício a mim, e teve misericórdia de mim. Só. O único motivo da salvação está em Deus e nunca no homem.

O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.



Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?

1 Coríntios 4:7


9b

crendo que eram justos, 

O jovem rico que interpelou Jesus também pensava que era justo. Jesus quis derrubar esse falso fundamento, porque o que se exalta será humilhado.

Não adiantou ele dizer que Jesus era um bom mestre, Jesus logo o questionou: por que me chamas bom? Somente Deus é bom!  


Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer.

Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que busque a Deus.

Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só.

Romanos 3:10-12



9c

e desprezavam os outros:

Esse orgulho espiritual de se considerar justo, não somente tira o homem de uma correta relação com Deus, mas também corrompe sua relação com o próximo. O homem orgulhoso se torna um fim em si mesmo, as pessoas à sua volta são para ele apenas uma moldura para sua propria auto-adoração. Ele se alegra em encontrar defeitos no próximo, pois isso realça, na sua mente, o contraste com sua justiça. Se os outros forem maus, isso mostrará o quanto eu sou bom. Então há uma satisfação carnal e diabólica em sua mente, quando encontra os defeitos dos outros e está sempre disposto a falar sobre os defeitos das outras pessoas, todas as vezes que tiver oportunidade.


O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.




Jonathan Edwards

O orgulho obscurece a mente,

é difícil de ser discernido

faz a pessoa ter um conceito alto de si mesmo

cria a auto-confiança

expulsa a suspeita de que a pessoa é má

nos persegue a vida toda

é um pecado universal

transforma o nosso bem em mal, pois estraga o propósito do bem que fazemos

está sempre nos assediando, sempre à espreita no nosso coração para nos atacar, como a víbora na porta da tenda de Caim, no primeiro momento em que deixarmos de vigiar, ele irá tomar o controle.

A soberba está na lista dos pecados que provém do fundo do coração:


E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem.

Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios,

Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.

Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.

Marcos 7:20-23


até quando realmente agimos de forma humilde, o orgulho pode tomar o controle e nos fazer nos orgulhar por termos sido humildes

a pessoa que deixou o orgulho subir à cabeça:


Jonathan Edwards:

A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. 

Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. 


Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. 


As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros


A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão. 


A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, 


enquanto o crente humilde vê tanta maldade em seu próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar aos corações dos outros. 



As pessoas espiritualmente orgulhosas falam freqüentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. 


É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. 


Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pela sua própria indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, eles procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que está infinitamente superior a eles, os trata.


O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. 


Por outro lado, o cristão humilde, mesmo sendo firme no seu dever, não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.


Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. 


A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante ao seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado não abriu sua boca, mas se entregou em silêncio àquele que julga retamente. 


Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver no seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.


Um outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. 


Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. 


O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda e todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. 


Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. 


Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. 




Mas ao que parece, nós temos um  chamado no Novo Testamento a ter uma postura diferente ao próximo, eis alguns mandamentos sobre o modo como devemos falar dos outros:


Irmãos, não faleis mal uns dos outros

Tiago 4:11


a ninguém infamem

Tito 3:2


Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.

Filipenses 2:3




Não diga, nenhum de nós, que estamos livres ou isentos ou vacinados desse tipo de orgulho do fariseu. Nem sequer digamos que não podemos ser iguais a esse fariseu. Na verdade fazer isso é se tornar igual a ele. Imagina, alguem estudar esse texto, e concluir orando, ó Deus, graças te dou pois não sou como esse fariseu! Já se tornou igual. 


O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.





Que um outro te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus lábios.

Provérbios 27:2



10-11a

Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: 


O centro do culto daquele fariseu era ele mesmo. Deus, e o templo e a fé, e a oração, estavam sendo apenas pretextos para ele poder se exaltar e massagear seu proprio ego. Em teoria seria uma oração, mas ele não está verdadeiramente falando com Deus, ele está falando consigo mesmo, e seus pensamentos estão focados em suas proprias virtudes, não na Pessoa e Atributos de Deus.


O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.




Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;

Para que nenhuma carne se glorie perante ele.

1 Coríntios 1:28,29


11b-12

Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.


Sendo verdade tudo isso, eram coisas boas que ele fazia. Mas o bem se tornou em mal, pois ele estava alistando diante de Deus todo o bem que fazia para sua própria glória, para glória do homem e não para glória de Deus. Ele até começa bem, dizendo ‘graças te dou’, pois se ele atribuísse a Deus todo o bem que houvesse nele, isso seria uma oração válida e santa, mas Deus só estava no seu pensamento como um pretexto para o fariseu falar de si mesmo. Deus, nessa oração é somente uma palavra, somente um jargão religioso. A realidade da comunhão com Deus, a realidade do encontro com Deus não existia aqui.


Leon Morris

Não há nenhuma consciência do pecado, nem da necessidade, nem da humilde dependência de Deus.


“Graças te dou... porque não sou roubador”, ainda seria uma boa oração, mas antes disso ele disse: “porque não sou como os outros homens”, que é uma oração de acusação dos outros e de exaltação de si em comparação com os outros.


Sendo assim estava mais parecido com o Diabo, do que com qualquer outro:


E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.

Apocalipse 12:9,10


Nas listas de dons na Biblia nao existe o dom de crítica, nem existe nas listas de ministerios, o ministério de acusação. Esse eterno criticar e acusar os seus irmãos é uma atitude que vem de outra inspiração!


Mas o fariseu não era roubador? Será? O que ele está fazendo nesse exato momento, na oração, senão roubar para si a glória que pertence somente a Deus?

Não era adúltero? No coração nunca olhou para uma mulher para a cobiçar?

Não era injusto? Acusando as pessoas a sua volta, até o humilde publicano sem sequer conhecer ele?


Ora, também o Senhor Jesus nos ensinou no Sermao da Montanha que não basta não fazer o mal fisico e concreto contra o proximo, mas que permanece sendo pecado a atitude, o pensamento e o sentimento no coração, e em termos de condenação, os pecados interiores tambem condenam. Jesus falou sobre quem nao mata, mas odeia, nao fere, mas xinga, não adultera, mas cobiça, todos eles são também pecadores merecendo a condenação.


Jejua duas vezes por semana? Na Lei Deus tinha mandado jejuar somente uma vez por ano, somente no dia da Expiação, que havia um jejum ordenado por Deus a Israel. O resto todo, todos os demais jejuns regulares eram iniciativa humana, como as pessoas bem questionaram a Jesus, que Ele e Seus discipulos não jejuavam tanto quanto os fariseus.

Dava dizimo de tudo que possui? Segundo Jesus eles exageraram essa parte também, pois tiravam dizimo até dos temperos que tinham no quintal, se tirassem 20 folhinhas de coentro, davam no templo duas folhinhas. Sendo que na Lei Deus tinha ordenado dar dizimo somente uma vez por ano, da colheita ou do rebanho.

Essas duas obras, jejuar e dar dizimo, eles davam muito além do ordenado nas escrituras, para por meio do seu exagero, serem destacados dos homens e poderem se considerar superiores por esse exagero.

Assim tambem é a igreja evangelica, ó tristeza, mais parecida com os fariseus que com Jesus, também inventa tradicoes humanas, de novas leis, para por meio delas, se considerar superior aos outros, então varias leis inventadas por homens os evangelicos seguem, para poderem se gabar depois, eles não bebem bebidas alcoolicas, nao fumam, não escutam musica do mundo, não vão a locais de lazer, não vão a festas, dão até dizimo de salário e de renda, coisa inexistente na Biblia.

Mesmo que tais coisas fossem boas e feitas de bom coração, não nos caberia nos gabar delas, muito menos fazer esse tipo de oração de louvor ao homem.


O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.


Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.

Lucas 17:10





13a

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, 


Esse é um grande contraste. Os dois foram ao templo, mas somente o publicano verdadeiramente se encontrou com Deus. Pois não seria possível o fariseu continuar a se exaltar, se realmente ele tivesse entrado, em sua mente e percepção, na presença de Deus. Quando os homens da Biblia tem um encontro com Deus, eles nunca, nunca têm uma postura de auto-exaltação, mas sempre de auto-humilhação.

Isaías disse que ia morrer, porque tinha os lábios impuros, e viu ao Senhor.

Em Atos 7:32 Estevao diz que quando Deus falou com Moisés, este ‘todo trêmulo, não ousava olhar’.

Pedro pediu para Jesus se afastar dele, porque era homem pecador.

O centurião chegou a dizer a Jesus que não era digno que Ele entrasse em sua casa.


Isso porque Deus é santo. Nós os pecadores, como diz o hino, nao podemos ver Sua glória sem tremor.



Ah, a comparação a ser feita, na oração é entre nós e Deus. Aí sim, não haverá espaço para o orgulho.

O publicano nao se compara com outros homens. E digo mais: se ele o fizesse, com certeza conseguiria achar alguém pior do que ele. 

Desde que voce nao seja o pior ser humano da face da terra, sempre existirá alguém pior do que voce, para voce se comparar com ele, e se sentir superior, se é isso que voce quer! Sim, por isso eu digo que mesmo aquele publicano poderia fazer uma oração orgulhosa como a do fariseu.


Mas quando voce comparar a si mesmo com a santidade de Deus, onde voce vai esconder o seu rosto? Tal como o publicano, voce não vai conseguir olhar para cima!


Pois o Senhor quer nos conduzir a esse bom fundamento: O que se humilha será exaltado.



Ao crescer em comunhao com Deus, você crescerá sim, em santificação, mas não em sensação de santidade. Porque quanto mais nos aproximamos da luz, mas enxergamos as sujeiras de nossas roupas.


Paulo progrediu em santificação, mas não em convencimento proprio de que era santo, pois ao se aproximar do infinitamente santo, ainda sempre enxergava infinitos defeitos a serem corrigidos.


Ele começou dizendo:

eu sou o menor dos apóstolos

1 Coríntios 15:9


Mas no fim da vida ainda disse:

Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.

1 Timóteo 1:15



Pois o Senhor quer nos conduzir a esse bom fundamento: O que se humilha será exaltado.



Nós nunca devemos pensar que já chegamos, pois assim, nós estagnaremos, devemos continuar avançando para a perfeição, que é afinal o que o Senhor ordenou, sede perfeitos como Deus.


Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.

Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,

Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Filipenses 3:12-14


13b

mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!


É importante voce se chamar assim: ‘pecador’.

Lutero inclusive disse: Meu nome é Pecador, e meu sobrenome é Pecador. 

Faz parte de um verdadeiro encontro com Deus esse reconhecimento, realista, do que realmente somos, sem a capa, sem o verniz, sem a maquiagem da religião e do moralismo.

Por um momento, engolimos o orgulho, e assumimos: eu sou um pecador. Ou como diz no original “o pecador”. 

A graça é de Deus, a misericordia é de Deus, mas o pecado é meu, eu sou o pecador, eu que transgrido, e me rebelo contra a vontade de Deus.

Assim ao Deus que tem aquilo que eu, por ser pecador, preciso - a misericordia, e é isso que eu peço: sê propicio a mim!

Nao diz seja propicio a mim, pois eu estou te buscando, nem porque eu estou arrependido, nem porque eu estou me esforçando, nem diz seja propicio porque eu estou melhorando, nao diz seja propicio pois eu bato no peito, nao diz seja propicio pois eu choro, não coloca nenhum motivo para Deus lhe perdoar os pecados, a nao ser a propria misericordia de Deus. Essa é uma forma correta de se aproximar de Deus, sem barganha, sem negociação, apenas uma rendição, um reconhecimento e um pedido: seja propicio, Senhor, a mim, que sou nada mais que um pecador. 

É só isso que eu sei fazer: pecar. No coração e na prática, na execucao e no planejamento, na acao e omissao. Um pecador, de nome Pecador e sobrenome Pecador, que ainda está muito longe de amar a Deus de todo o coração, e está muito longe amar ao proximo como a si mesmo!


Pois o Senhor quer nos conduzir a esse bom fundamento: O que se humilha será exaltado.




Robert McCheyene

Aprenda a não olhar para dentro de si, e sim a olhar para fora, a fim de obter paz. 

Olhai para mim, e sereis salvos -  Isaías 45:22


Mathew Henry

A oração do publicano estava cheia de humildade e de arrependimento pelo pecado, e desejo de Deus. Sua oração foi breve, mas com um objetivo: Deus, sé propício a mim, pecador. Bendito seja Deus, que temos registrada esta oração curta como oração respondida; e que temos a certeza de que aquele que a disse voltou justificada a casa; assim será conosco sem orarmos como ele por meio de Jesus Cristo. Reconheceu-se pecador por natureza e costume, culpável diante de Deus. Não dependia de nada senão da misericórdia de Deus, somente nela confiava. Glória a Deus é resistir o soberbo e dar graça ao humilde. 



14a

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; 

O fariseu se considerada justo, mas não foi justificado por Deus. 

O publicano, se considerava pecador mas foi justificado por Deus.

Justificação é algo que Deus nos dá e nos imputa, não é algo que nós conquistamos e muito menos que declaramos. 


Mathew Henry

A justificação é de Deus em Cristo; portanto, o que se condena a si mesmo, não o que se justifica a si mesmo, é justificado ante Deus.



Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.

Isaías 53:11


Pois o Senhor quer nos conduzir a esse bom fundamento: O que se humilha será exaltado.




14b

porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, 


Como o jovem rico que se gabou dizendo que guardava todos os mandamentos desde a juventude, mas teve manifesto o seu pecado de avareza, pois não conseguiria renunciar às suas riquezas, mesmo diante do chamado do próprio Messias.

Como Sansão, que após matar mil filisteus com uma queixada de jumento, cantou um hino para celebrar essa proeza, e logo a seguir sentiu uma terrivel sede, e caiu em desespero pedindo agua a Deus para não morrer desidratado.

Como Nabucodonosor, que logo após dizer que criou a cidade de Babilonia para sua glória, foi derrubado do seu trono pela loucura, e ficou sete anos vivendo no campo como um animal.

Como Herodes, que ao aceitar ser adorado pelo povo como tendo uma voz de Deus e nao de homem, e morreu imediatamente, comido de bichos.


O Senhor quer derrubar esse falso fundamento: O que se exalta será humilhado.




14c

e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.


Jesus também disse dos que se exaltam: já receberam seu galardao. Quem se exalta agora não será glorificado depois. Não queiramos, portanto exaltação agora. E aceitemos portanto a humilhação desta vida agora.



O discipulo de Jesus tem que seguir o caminho de Jesus.


De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,

Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,

Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;

Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,

E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Filipenses 2:5-11



Mas somente na glorificação, que sim, o que se humilha será exaltado. Cristo já foi glorificado, nós ainda não. Cristo já teve Seu tempo de humilhação, nós ainda estamos tendo. 

O nosso tempo de glorificacao é no futuro, quando aquele que serviu a Jesus em humildade a vida inteira, reconhecendo o quanto é pecador carente da misericórdia de Deus a vida inteira, e por gratidão, somente por gratidão, veio a servir a Deus, ouvir, no dia do Juízo: Bem está, servo bom e fiel, no pouco foste fiel, no muito te colocarei, entra no gozo do teu Senhor.




Ali o Senhor cumprirá em nós essa Sua promessa: O que se humilha será exaltado.























Jonathan Edwards

A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Até que essa doença seja curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.


O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si acima do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.


O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre nossos corações com respeito a essa questão e clamar àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia em seu próprio coração é insensato.


Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que é mesmo. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.


A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.


As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão. A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade em seu próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar aos corações dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.


As pessoas espiritualmente orgulhosas falam freqüentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pela sua própria indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, eles procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que está infinitamente superior a eles, os trata.


O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme no seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.


Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante ao seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado não abriu sua boca, mas se entregou em silêncio àquele que julga retamente. Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver no seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.


Um outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, esta pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar tal tratamento e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.


Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda e todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.


Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.


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Os inimigos da Cruz de Cristo - Fp 3:18 - Pregação 8 - https://youtu.be/uLm06yWDLc4

Ninguém será justificado pelas obras - Rm 3:19-28 - Evangelho 2 - https://youtu.be/AI3hEWYj4hM

Os Deveres da Missão - At 8:26-40 - Pregação 1 - https://youtu.be/zOepMgVoWk8

Consagração de Ministros - Eclesiologia Batista 7 - https://youtube.com/live/kTjmrZfOt9M

Organismo e Organização - Eclesiologia Batista 6 -  https://youtu.be/Ic0b6jGiLwQ

Dízimos não são obrigatórios - 4a parte - Respondendo argumentos - Vida Cristã 11 - https://youtube.com/live/WDV3sQbqKy8

Oração pelo bem comum - Vida Cristã 15 - https://youtu.be/iKliwBOuINc

Ação Social - Eclesiologia Batista 13 - https://www.youtube.com/watch?v=LW3TtoQGeMs

Deus escolhe um povo para adoração - Gênesis 1-50 - Estudo Bíblico 13 - https://youtu.be/XqejWDdIX8A

Introdução às Cartas Joaninas (1Jo, 2Jo e 3Jo) e 1Jo 1:1 - Estudo Bíblico 1 - https://youtu.be/lNFbA0Tn57g

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ESTES SÃO OS TEXTOS MAIS LIDOS DO BLOG:

Todo cristão deve frequentar uma igreja - Vida Cristã 1- https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/03/todo-cristao-deve-frequentar-uma-igreja.html

Ninguém será justificado pelas obras - Rm 3:19-28 - Evangelho 2

https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/09/ninguem-sera-justificado-pelas-obras-rm.html

É já a última hora, vem o Anticristo - 1Jo 2:18-26 - Estudo Bíblico 4 - https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/06/e-ja-ultima-hora-vem-o-anticristo-1jo.html

Separação entre Igreja e Estado - Eclesiologia Batista 2 - https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/04/separacao-entre-igreja-e-estado.html

O Valor da Escola Bíblica - Eclesiologia Batista 15 - https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/04/o-valor-da-escola-biblica-eclesiologia.html

Censura - Pérolas para a Vida 62 - https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/06/censura-perolas-para-vida-62.html

Caráter - Pérolas para a Vida 69 - https://edificacaocrista.blogspot.com/2022/06/carater-perolas-para-vida-59.html

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ESTES SÃO OS VÍDEOS MAIS RECENTES DO CANAL:

Libertos para adorar - Êxodo 1-40 - Estudo Bíblico 14 - https://youtu.be/l4WBmUWOSNY

Deus instrui Seus adoradores - Levítico 1-12 - Estudo Bíblico 15 - https://youtu.be/bOKaxOdwMRg

Deus estabelece critérios para a Adoração - Levítico 13-20 - Estudo Bíblico 16 - https://youtu.be/lAyMpFt3Ry0

Agenda para os adoradores - Levítico 21-27 - Estudo Bíblico 17 - https://youtu.be/BVxp0Nrk0Eg

Precisamos falar sobre Cristo crucificado - 1Co 2:1-5 - Pregação 9 - https://youtu.be/zOVsnAUREgk

Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo - Teologia Sistemática 1 - https://youtu.be/KEhxbfLSDo0

Nosso orgulho contradiz a Graça de Deus - Lc 18:9-14 - Pregação 10 - https://youtu.be/o9RnxT5MOLI