Mt 7:7-11. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?
Anteriormente no Sermão da Montanha o Senhor nos forneceu no modelo de oração que ficou conhecido como o “Pai Nosso” (Mt 6:9-13) um resumo dos assuntos pelos quais devemos orar: o crescimento da glória e reino de Deus no mundo, o suprimento das nossas necessidades, perdão dos nossos pecados, e livramento das tentações. Aqui Ele volta ao assunto da confiança em Deus demonstrada na oração constante, cotidiana, abrangente e persistente.
A esperança de ser atendido, porém, não repousa na persistência somente, mas principalmente na bondade de Deus para com Seus filhos, mencionada em outras parabolas semelhantes, com o seguinte raciocínio: o seres humanos, mesmo sendo maus ainda atendem aos pedidos dos outros, seja pelo dever da paternidade (Mt 7:9-11) ou seja pela importunação (Lc 11:5-8; Lc 18:1-8), quanto mais Deus que é infinitamente bom e ama os Seus filhos melhor que qualquer pai humano? Portanto é um dever do cristão orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18:1).
A oração é uma das práticas da fé, demonstrando sua veracidade e manifestando sua qualidade. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam (Hb 11:6). Aqui também aprendemos que quem pede a Deus, recebe sempre algo de Deus. É possível que não receba exatamente o que pediu, mas algo bom receberá, pois Ele é galardoador dos que o buscam. Ele será santificado, será fortalecido na fé, aprenderá, crescerá em comunhão com Deus, quando buscar a Deus. Deus nunca disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão (Is 45:19).
Sim, quem pede, recebe (Mt 7:8), porque Deus sempre dá algo a quem pede e dá algo bom (Mt 7:11). Mesmo que Ele não nos dê exatamente a mesma coisa que pedimos, nos dará algo bom da parte dEle. Tal como um pai mau ainda assim, pelo cuidado do seu filho não dá algo ruim. O filho quer uma comida específica, mas talvez o pai tenha planejado lhe dar outra comida. O filho pede um pão, e pai lhe atende, mas talvez lhe dê outra comida diferente, uma fruta, um peixe, etc.
É verdade que em nossa experiência de vida cristã, todos nós poderíamos lembrar exemplos de orações que não foram atendidas. E também temos os registros bíblicos dos que não foram atendidos por Deus em suas orações, seja Davi sobre a cura do seu filho (2Sm 12:15-23), Paulo sobre o afastamento do seu espinho na carne (2Co 11:7-9), Moisés para ver a terra prometida (Dt 3:23-28), Jeremias para Deus poupar Jerusalém (Jr 14:7-12).
Nos consola saber, porém, que esta experiência de não ter a sua oração atendida foi compartilhada com o nosso Senhor, que na Sua vontade humana, recuou diante da dureza do sacrifício iminente, declarou Seu receio ao Pai, e ainda assim, não foi atendido: E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (...) E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade (Mt 26:39,42).
Assim até Jesus nos demonstrou que só serão atendidos os pedidos feitos em conformidade com a vontade de Deus: esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve (1Jo 5:14). De fato, o fim da oração do Senhor sendo não seja como eu quero, mas como tu queres (Mt 26:39) manifesta o alvo e efeito da oração no coração humano, que é fazê-lo conformar-se à vontade de Deus.
Assim reparamos que a declaração “quem pede, recebe” (Mt 7:8), pressupõe o contexto dos discípulos de Jesus que já pedem coisas que o Senhor Jesus lhes ensinou a pedir: santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal (Mt 5:9-13). Podemos entender que Deus tem prazer e prontidão em atender esses assuntos pelos quais Ele mandou orarmos. Mais ainda: quem são estas pessoas que estão orando? São os bem-aventurados do início do sermão (Mt 5:3-12)? Se forem, eles certamente já desejam pedir somente o que Deus deseja. Pois eles, por exemplo, têm fome e sede de justiça (Mt 5:6), isto é, de serem santificados, e cada vez mais fazerem na terra a vontade de Deus, como ela é feita no céu (Mt 6:10), e isso Deus certamente fará, pois esse é um dos alvos da Sua salvação, que sejamos santificados, sendo feito semelhantes à imagem de Seu Filho Jesus (Rm 8:29), e esse é um exemplo de oração que Deus sempre atenderá, para a qual Ele mesmo promete: eles serão fartos (Mt 5:6).
Mt 7:12. Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.
Aqui temos a regra máxima da ética entre ser humano e ser humano, ama ao teu próximo como a ti mesmo (Rm 13:9), agora esclarecida em seu sentido mais prático. Pois é isso que significa amar ao próximo como a si mesmo, é fazer a ele o que gostaria que lhe fizessem, dar a ele o que gostaria que lhe dessem. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:8-10).
Devemos notar que o chamado dessa palavra é para uma bondade ativa, tomar a iniciativa em fazer o bem antecipadamente a todos à nossa volta. Não apenas ‘não fazendo ao outro o que não gostaria que lhe fizessem’, mas antes que lhe façam qualquer bem, fazer o bem primeiro, como gostaria que lhe fizessem. Isto também parece ser reflexo do princípio anterior, aplicado à relação com os homens (Mt 7:7,8). Se queremos receber, e que as portas se nos abram, e encontrarmos o que procuramos, sejamos em primeiro lugar, voluntariamente, generosamente, alegremente, confiadamente, benignamente, pessoas que doam aos outros, abrem portas para os outros e fazem os outros encontrarem o que procuram: Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser tomar emprestado de ti; e se é nos ordenado para com os inimigos: amai, (...) bendizei, (...) fazei bem (...) e orai (Mt 5:44), quanto mais para todas as demais pessoas.
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Catecismo Batista Ampliado. LOPES, M. (Org.).Versão 46 (29/07/2025), em edição.
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Eclesiologia: Doutrina Bíblica da Igreja. LOPES, M. Versão 43 (18/04/2025).
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