A estreiteza e aperto do caminho que conduz à vida se refere às dificuldades de praticar todas as coisas que Jesus ordenou neste sermão. Pois a tendência humana, o caminho para o qual naturalmente todos são inclinados é contra cada uma das coisas que Jesus aqui ensina.
A porta estreita também é aquela conversão verdadeira, do fundo do coração a Deus, e a porta larga sendo uma conversão superficial, somente de aparências, que é mera encenação para impressionar os homens.
Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência (Dt 30:19).
Mt 7:15-20 Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Cristo previu que falsos mestres se levantariam e poderiam desviar o caminho dos Seus discípulos. Um falso mestre se identifica pelos seus frutos ruins. Não basta ele pregar a doutrina corretamente, se ele for um mau praticante, tal como os fariseus que dizem e não fazem, pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los (Mt 23:3,4). Dentre esse maus frutos que identificam os falsos profetas também podemos mencionar: que eles fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens (Mt 23:5); amam os primeiros lugares e as saudações (Mt 23:6,7); falam coisas perversas e não somente o que edifica; atraem os discípulos para si e não para Cristo (At 20:30; cf. Tg 3; Ef 4:29); são eles, próprios, pessoas imorais e induzem os discípulos à imoralidade (Ap 2:20-22), estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse (...) a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o Espírito. (Jd 1:16,19). O fim do caminho onde eles estão é o fogo, ou seja, estão perdidos, ainda não tiveram uma verdadeira conversão, e por isso mesmo, não podem orientar ninguém corretamente: se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova (Mt 15:14).
Mt 7:21-23. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
Aprendemos que para provar que alguém é verdadeiramente um ministro de Cristo, somente ele professar a fé em Cristo não é suficiente, chamando-O de Senhor, nem se ele o fazer isso com fervor, dizendo “Senhor, Senhor” não é suficiente, nem ele realizar milagres e maravilhas é suficiente. Balaão e Saul profetizaram, mas eram pessoas perversas (Nm 23:5-10; Ap 2:14; 1Sm 10:11; 22:17); Judas pregou e realizou milagres, mas vendeu Jesus por dinheiro (Lc 10:1,2; Mt 26:15); Simão Mago queria comprar com dinheiro o dom do Espírito Santo (At 8:18,19); Diótrefes tratava mal outros ministros e almejava a liderança de forma ambiciosa (3Jo 1:9,10). O que prova a veracidade de um ministro de Cristo são as suas obras em conformidade com o Evangelho de Jesus, o fazer a vontade do Pai e não praticar a iniquidade, como quando diz mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras (Tg 2:18), de maneira que ele deve ser alguém de quem se possa recomendar aos cristãos viverem atentando para a sua maneira de viver (Hb 13:7). Para essas obras do ministério que Paulo apelou em sua despedida de Éfeso: Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram; Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, (...) durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós (...) de ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário (At 20:19,20,31,33).
Mt 7:24-29. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
Com autoridade absoluta, divina, que nenhum mestre meramente humano poderia ter, que ninguem por mais que estude e tenha conhecimento possa adquirir, autoridade de Si mesmo, como a Palavra encarnada, Cristo falou, ou melhor, Deus (..) falou-nos (...) pelo Filho (Hb 1:1). De fato, por isso mesmo, porque era Deus ali falando, certa vez, uns homens foram enviados para prendê-lo, mas não conseguiram: Os fariseus ouviram que a multidão murmurava dele estas coisas; e os fariseus e os principais sacerdotes mandaram servidores para o prenderem. (...) E os servidores foram ter com os principais sacerdotes e fariseus; e eles lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem (Jo 7:32,45,46).
Pela palavra de Cristo ter essa autoridade absoluta, que uma decisão deve ser feita por todo que ouve, uma resposta é requerida. Permanecer indiferente é arriscar-se a ser condenado por ela: Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia (Jo 12:48). Por isso também diz: sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era (Tg 1:22-24).
A resposta é requerida diante das palavras de Cristo, pois não há meio-termo. Não existem três, quatro ou mais opções. Só existem duas opções, você tem que escolher: Porta estreita ou porta larga? Caminho estreito ou caminho largo? Ovelha ou lobo? Videira ou espinheiro? Figos ou abrolhos? Casa construída na rocha ou casa construída na areia? Ou Cristo é tudo, ou Cristo é nada. O que Cristo é para você?
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Catecismo Batista Ampliado. LOPES, M. (Org.).Versão 46 (29/07/2025), em edição.
TEXTO COMPLETO - https://bit.ly/CATECISMO-BATISTA-AMPLIADO
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Eclesiologia: Doutrina Bíblica da Igreja. LOPES, M. Versão 43 (18/04/2025).
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