A partir do momento que aceitamos a Jesus, entramos no processo gradual de santificação, no crescimento em obediência e conformidade à vontade e ao propósito de Deus.
Deus quer que você se santifique. Mas essa santificação, deve ocorrer da maneira de Deus.
Nessa igreja à qual Paulo escreve, haviam três maneiras erradas de promover a santificação que estavam sendo praticadas pelos colossenses, e Paulo ao final do texto que lemos, irá ensinar a maneira certa.
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A primeira maneira errada, lemos em:
Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
Cl 2:16-17
Ela se refere a promover a santificação por meio de obediência a mandamentos já abolidos do Antigo Testamento.
Paulo ensina que esses mandamentos eram apenas sombras. A sombra anuncia quem está chegando, mas depois que a pessoa chega, não devemos mais nos apegar à sombra.
Assim, a guarda de mandamentos do Velho Testamento, por estar fora do propósito atual na História da Salvação, não promove a nossa santificação.
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A segunda maneira errada de promover a santificação, lemos em:
Ninguém vos domine a seu arbítrio com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando em vão inchado na sua carnal compreensão,
E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.
Cl 2:18-19
Ela se refere buscar experiências místicas que não promovem o conhecimento de Cristo, a cabeça do corpo e por isso não edificam a igreja.
Ali tinham pessoas com experiências místicas ligadas ao aparecimento de anjos, e que ao divulgarem essas experiências, estimulavam outros a pedirem a Deus experiências semelhantes.
Paulo chama isso de culto de anjos, pois aquelas pessoas estavam querendo se encontrar com anjos.
Esse tipo de experiência é, conforme o texto, inútil para a nossa santificação, pois não está ligada à cabeça. A nossa cabeça é Cristo, e o que nos edifica é somente o que promove o conhecimento de Cristo.
Deus pode dar experiências místicas e sobrenaturais ao crente, mas Ele revelou em Sua Palavra os princípios para avaliarmos a validade dessas experiências.
Lemos, por exemplo:
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
1Co 12:7
Isso significa, em primeiro lugar que nenhuma experiência inútil pode ter vindo do Espírito Santo.
Deve-se avaliar das experiências em que a pessoa foi edificada, como ela cresceu na Graça e no Conhecimento de Jesus Cristo, como ela promoveu o Reino de Deus e o Evangelho. Se não se pode apontar um fruto claro de edificação nestes termos, não temos motivo para crer que a experiência veio do Espírito Santo.
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A terceira maneira errada de promover a santificação, lemos em:
Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:
Não toques, não proves, não manuseies?
As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.
Cl 2:20-23
Ela se refere a criar regras morais baseadas no entendimento humano de autodisciplina, e separação do mundo, sem instrução divina que as baseie.
É o inventar de novas regras morais, é o legalismo de ficar rotulando se o cristão pode ou não pode fazer tal coisa, ir em tal lugar, etc.
É fato que, conforme a instrução de Jesus, o cristão precise 'arrancar o olho' ou 'cortar a mão', no sentido de renunciar à coisas em sua vida que o induzem ao pecado.
Mas é errado que o indivíduo transforme a sua decisão de renúncia pessoal em regra moral para os outros, pois nem sempre o que é fraqueza para um, é fraqueza para o outro.
As pessoas são diferentes, e são submetidas a tentações diferentes.
O moralista e o legalista geralmente projetam para todos as suas próprias fraquezas particulares, criando assim regras morais novas para com elas os medirem.
Tal prática não promove a verdadeira santificação. Ela tira o foco do que é a verdadeira santidade. Ademais, ela não tem o efeito pretendido. O texto diz que regras morais de esforço humano 'não são de valor algum'. As regras e mandamentos inventados por homens não transformam o coração, elas mudam apenas a aparência e o exterior.
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Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. (Cl 3:1b)
Isto é, se já fostes regenerados, se o poder da ressurreição de Jesus já alcançou a tua vida, te transformando em nova criatura, se o seu coração já foi transformado para ter uma nova inclinação, já que é verdade que a tua direção é o céu, que você está indo para a Jerusalém celestial… Então aja de acordo com essa nova realidade, e busque as coisas celestiais.
A base de uma verdadeira espiritualidade e uma verdadeira santificação é Cristo e Sua obra a nosso favor, bem como a certeza do nosso destino celestial. O entendimento que não pertencemos mais a este mundo, e somos peregrinos e estrangeiros neste lugar, estamos de passagem.
Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.
Romanos 8:5
Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; (Cl 3:2)
Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, o afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
Colossenses 3:5-7
A chave para prosseguirmos na santificação é a consagração dos nossos pensamentos às coisas celestiais.
Ele é que nos eleva espiritualmente e moralmente. Uma falsa religião se baseia em falsos princípios inventados pelo homem.
Anteriormente, no final do capítulo 2, o ensino apostólico condena uma religião focada na auto-negação e auto-restrição de elementos do mundo, com base em critérios da imaginação humana, e não pelo método divino.
Ora, essa religiosidade do "pode-não pode", acaba focando nosso interesse e nosso pensamento nas coisas do mundo, e tem o efeito contrário ao pretendido. Quando mais nós nos proibimos, renunciamos, negamos o contato com o mundo, mais nossa carne é exaltada. Ela não é subjugada por regras humanas de auto-restrição. Ela precisa ser vencida por um princípio superior.
Quando nós aderimos às regras humanas e tradicionais de auto-restrição, nós alimentamos a carne, em primeiro lugar, por causa do nosso orgulho, em segundo lugar, por causa da nossa enfase em coisas terrenas.
É como querer retirar um objeto que caiu dentro de um lago, sem molhar as mãos. Não conseguimos, para nós não molharmos as mãos, precisamos que outra pessoa tire para nós. Imagine que venha um guindaste, com um gancho descendo no fundo da água e aí o objeto é retirado. É assim. Assim nós não molhamos as mãos.
O que realmente faz diferença na santificação é fortalecermos nossa comunhão espiritual com Jesus Cristo, nosso cabeça.
Jesus Cristo não é uma idéia, Jesus Cristo não é uma doutrina, Jesus Cristo não é um conjunto de mandamentos e regras, Jesus Cristo é uma pessoa viva e verdadeira. É Ele quem nos santifica, por meio da nossa comunhão com Ele, tal como os galhos de uma videira permanecem vivos e frutificam pela seiva da videira que flui para eles.
Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Jo 15:4-5
A carne não é enfraquecida com métodos carnais. Entende? A carne é enfraquecida por métodos celestiais. Por uma visão celestial desta vida na terra. Por olhar este mundo do ponto de vista do céu. Não é um fugir, escapar, negar ou alienar-se dos assuntos terrenos, mas interpretar cada um dos assuntos terrenos a partir dos valores celestiais. É o posicionar-se na terra considerando o céu. É ter o olhar de Deus.
Ao invés de olhar como homem para as coisas dos homens, de olhar como humano para as coisas humanas, é apropriar-se do olhar divino para as coisas humanas. Não enxergue como o homem enxerga, mas enxergue como Deus enxerga.
Todo mundo quer dar a opinião sobre todas as coisas, não é? Mas a única opinião que realmente importa para nós é a opinião de Deus.
É também um motivo superior e mais santo e digno de nos santificar, não pela comparação entre nós, quem é mais puro que o outro, mas pela comparação do céu com a terra, de maneira a que desejemos tanto o céu e as coisas celestiais que automaticamente rejeitamos as migalhas da terra.
A tentação do pecado é geralmente associada ao prazer. O prazer é a isca para pecarmos. Mas esse prazer que o pecado traz, é sempre, invariavelmente temporário e insatisfatório. Quando ele acaba fica no coração do homem uma sensação de vazio. Ele então vai buscar de novo e de novo, novas satisfações momentâneas, que nunca podem completá-lo.
O cristao que está focado nas coisas celestiais, estará vacinado contra isso, pois não buscamos uma felicidade e prazer temporários, mas a felicidade e o prazer eterno da presença e comunhão com Deus no céu. Não é que somos contra a felicidade e o prazer, mas sim que conscientemente nós trocamos com muita convicção uma felicidade e um prazer fugaz, passageiro, temporário, insatisfatório, por uma felicidade e prazer eterno, completo, satisfatório e inesgotável.
Não há estímulo maior, nem poder maior para a nossa transformação do coração que o estímulo e poder que vem do Céu.
O ser humano é sempre desequilibrado. Nós por muito tempo nos séculos anteriores tinhamos uma teologia muito preocupada com a alma, com o espiritual, e negligenciando todas as consequencias e implicações materiais da nossa salvação por em Cristo. Porém nas últimas décadas, vimos uma migração para o outro extremo oposto, em que temos uma religião demasiadamente preocupada com as coisas terrenas deste mundo, a ponto de esquecer as realidades espirituais e as dimensões eternas da nossa salvação em Cristo.
Posto que o desequilibrio hoje está para o lado do terreno e do material, Palavras de Deus como esta de Colossenses 3:1-4 nos estimulam a buscarmos o verdadeiro equilibrio biblico nesta questão do balanceamento entre o material e o espiritual, o terreno e o celestial.
Imagina, voce ver uma laranjeira, ao longe parece que está carregada de laranjas, todas já maduras, voce vai lá, quando chega para pegar as laranjas, percebe que elas não nasceram da árvore. Estão amarradas nos galhos. A arvore em si não tem nenhum fruto verdadeiro, alguem pegou as frutas soltas, de outro lugar, e amarrou uma por uma nos galhos, prendeu com barbante e fita adesiva, todas as laranjas. Temos apenas, aparencia, e não fruto verdadeiro.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas não há lei.
Gálatas 5:22,23
Mas isto não é operado por regras morais humanas. O método de Deus não é mudar as ações externas e satisfazer-se com isso, como era o método dos fariseus. Isso de forma alguma é suficiente. O método de Deus é transformar o coração, para que as atitudes externas mudem automaticamente. Como se desenvolvem esses frutos?
É consenso que salvação é pela fé. Mas devemos entender que a santificação também é pela fé.
Desde o inicio da nossa salvação até o final, é a fé em Cristo que nos comunica os Seus benefícios. A fé é o canal, por meio do qual recebemos os beneficios que Cristo tem para nós. E Ele adquiriu para nós a santidade de vida, e precisamos recebe-la pela fé.
Em Atos 26:18 nosso Senhor diz para Paulo na sua conversão que ele o está chamando para pregar o evangelho e Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim.
São santificados como? Pela fé em mim.
A maneira de Cristo comunicar Sua vida em nós, é nós focarmos nossos pensamentos nEle, e no sentido da Sua obra em nosso favor. E pela fé em Cristo, progredirmos na santificação verdadeira.
Pois pela fé, já estais mortos para a lei, e desse modo que escapais da condenação.
Pois pela fé, já estais mortos para o pecado, e desse modo que escapais da tentação.
Pois pela fé, já estais mortos para o eu, e desse modo que promoveis a santificação.
Tal como diz Hebreus 11:1, fixamos nosso olhar em Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé, ou seja, aquele que a inicia e que a conduz ao seu final, e que a completa, Jesus é quem cumpre o Seu proposito, Ele desde o Antigo Testamento, sempre chama para Si essa responsabilidade e diz: EU SOU O SENHOR QUE VOS SANTIFICO (Lv 22:32). "Eu te santifico, EU!". É uma obra realizada pelo poder de Deus em nós. É uma transformação do coração, é um aperfeiçoamento da alma, é uma renovação da mente.
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
Colossenses 3:1-4
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