CRISTO PRIMEIRO, FAMÍLIA DEPOIS
1 - PRECISAMOS SERVIR A CRISTO MAIS DO QUE A NOSSA FAMÍLIA.
2 - AS IMPERFEIÇÕES DA NOSSA FAMÍLIA NÃO NOS IMPEDEM DE SERVIR A CRISTO.
3 - SERVIR A CRISTO EM PRIMEIRO LUGAR É QUE NOS CAPACITA A SERVIR NOSSA FAMÍLIA.
1 - PRECISAMOS SERVIR A CRISTO MAIS DO QUE A NOSSA FAMÍLIA.
José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro.
Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram.
O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel).
Gn 49
Quando Jacó estava perto da morte, ele abençoou cada um dos seus filhos. Esse texto é sobre a benção de José. Nele vemos um elogio a José, em que ele é como uma planta que deu fruto, se expandiu e cresceu sobre o muro, por estar junto à fonte de água.
Então fala dos flecheiros que lhe deram amargura. Esses são os filhos de Ismael que o escravizaram e venderam no Egito (Gn 37:28). Ismael foi flecheiro (Gn 21:21) e o povo que descendeu dele tinha esse apelido de flecheiros sendo também chamado por esse apelido no livro de Isaías (Is 21:17; 66:19).
Mas José deu fruto, mesmo nas suas muitas tribulações, e isto por ter permanecido junto à fonte, e não só por isso mas também por ter sustentado o seu arco no forte, e suas mãos fortalecidas pelo Valente de Jacó, pelo Pastor e pela Pedra de Israel, isto é, por ter mantido o fundamento da sua vida em Deus. Deus aqui para José é chamado de a Fonte, o Forte, o Valente, o Pastor e a Pedra. Deus é que o sustentou nas suas tribulações e ele foi sustentado por ter permanecido em comunhão com o seu Deus e ter buscado suas forças nEle.
As mãos de José se fortaleceram na Fonte, o Deus que o sustentava, no Forte, o Deus que o protegia, no Valente de Jacó, o Deus que lutava as suas pelejas, no Pastor de Israel, o Deus que guiava a sua vida, e na Pedra de Israel, o Deus que era o fundamento da sua vida.
Veja que quando José foi escravizado, ele perdeu todo o contato com a família, foi levado para uma terra estranha, um povo estrangeiro, uma lingua que não entendia... Se o fundamento da vida de José fosse a sua família, que esperança ele teria? Nenhuma. Se ele vivesse só para a sua família, ao perder a sua família, que sentido teria a vida para ele? Nenhum. Mas a família dele não podia mais ajudá-lo em nada enquanto ele era escravo no Egito. Para José ter esperança durante aquele tempo de tribulação. O fundamento dele tinha que ser o seu relacionamento com Deus, e mais nenhum outro.
E veja, foi a família de José que o desamparou, foram os irmãos de José que o venderam como escravo. José foi traido e vendido escravo pelos seus próprios irmãos, os quais ainda enganaram o seu pai fazendo-o crer que José estava morto. Se toda a fé, se todo o fundamento, se toda razão de viver de José estivesse na sua família, o que ele teria então? Nada. A família pode nos faltar, a família pode nos decepcionar, a família pode nos trair, a família pode nos abandonar. Isto é possível de acontecer neste mundo.
Jó, por exemplo, também foi maltratado pelos seus irmãos:
Meus irmãos aleivosamente me trataram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,
Jó 6:15
Aleivosamente quer dizer: me trataram de forma traiçoeira, com falsidade, deslealdade. Os irmãos de Jó também o abandonaram no seu momento mais difícil.
Assim nós aprendemos que não podemos por toda a nossa fé na nossa família.
Em quem devemos por a nossa fé?
Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti.
Is 49:15
Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá.
Sl 27:10
A Palavra nos ensina que temos que nos firmar em Deus, e temos que colocar Deus acima da nossa família. Pois quando a família nos faltar, Deus não vai nos faltar. Quando nossa família nos decepcionar, Deus não vai nos decepcionar. Quando nossa família nos abandonar, Deus não vai nos abandonar.
Isso é importante, isso é o fundamento. Em primeiro lugar, Deus, depois a família. A família é muito importante, mas não é mais importante que Deus.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos confirma isso, e Ele fala exatamente que Ele é mais importante para nós, Ele tem que ser mais importante, a ponto do cristão estar disposto a perder a sua família para poder servir a Cristo.
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
Lc 14:33
Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
Mt 10:35-37
Isso nos leva ao nosso primeiro tema, que é: precisamos servir a Cristo mais que a nossa família. Cristo é o mediador entre Deus e os homens, Cristo que é o fundamento da nossa vida. A nossa família não é o fundamento da nossa vida. Cristo que é.
Nosso chamado não é para buscar nossa plena satisfação em ser humano algum, ou em instituição alguma nesta terra, mas em buscar a satisfação em Cristo, o único que satisfaz!
Presta atenção! Ninguém tem uma família perfeita. Muitos não tem uma família completa. Muitos não tem sequer uma família. E nada disso é motivo de frustração. Porque todos nós, com famílias imperfeitas, incompletas ou sem família, podemos ter a Cristo! Sua família é boa, sua família é ruim, se sua família é certa, se sua família é errada, se sua família é confiável, se sua família não é confiável, se sua família é dentro do padrão, se sua família é fora do padrão, se sua família é completa, se sua família é incompleta, se sua família é crente, se sua família não é crente, se sua famíia te trata bem, ou se sua família te trata mal, se você tem família, ou se não tem família, em todos os casos possíveis e imagináveis, você pode ter a Cristo, e Cristo é confiável, e Cristo basta, e Cristo deve estar em primeiro lugar. Se Cristo diz que eu tenho que amar a Ele tanto a ponto de estar disposto a perder a minha família por causa de Cristo, então Cristo basta mais que tudo no mundo, mesmo se tivessemos a melhor família possível neste mundo.
Se você tem a Cristo, deve experimentar, entender e se regozijar que nEle, em Jesus Cristo está a plenitude da divindade. Ele satisfaz! Só Cristo satisfaz a tua alma! Não os seus parentes, não a sua familia, não a sua igreja, mas só Cristo, Cristo, Cristo!
Por isso é que Cristo disse isso:
Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Lc 14:26.
Óbvio que o mesmo Jesus que nos ordena amar nossa família, não está aqui mandando nós odiarmos nossa família. Mas é uma linguagem comparativa.
Você tem que amar a Jesus Cristo tão mais do que ama a sua família, que se tiver que escolher entre Cristo e sua família, você escolha a Cristo. Você tem que amar a Cristo com tal intensidade, que comparado a esse amor sublime e transcendente, todo outro amor a toda outra criatura, incluindo a sua família, é aborrecimento.
Você tem que poder dizer com toda a sinceridade, ao seu esposo, à sua esposa, ao seu pai, à sua mãe, ao seu filho e à sua filha: “eu te amo, mas eu amo a Jesus Cristo mais”.
Mas isso só acontece, se você colocar Jesus Cristo em primeiro lugar.
Eu te amo, mas amo Cristo mais.
Eu amo tanto a Cristo que não posso deixar de reprovar o seu pecado.
Eu amo tanto a Cristo que não posso participar dessas más obras.
Eu amo tanto a Cristo que não posso deixar de te exortar para a tua santificação.
Eu amo tanto a Cristo que não posso deixar de evangelizar o meu parente que ainda não crê em Jesus Cristo.
E nesse confronto, você pode desagradar os seus familiares. Mas você ama a Cristo mais.
E por causa dessa exortação, você pode até ser rejeitado pela sua família. Mas você ama a Cristo mais.
Quem morreu por você na cruz, foi Jesus e não a sua família. Quem pagou pelos seus pecados foi Jesus, e não a sua família.
E eu também tenho que amar a Cristo mais, e amar a Cristo primeiro, porque a minha família pode ter me ensinado errado a como viver nesse mundo:
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais,
Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
1Pe 1:18,19
Aqui fala de uma vã maneira de viver que podemos ter recebido de nossos pais. Como nossos pais são pecadores, como nossos pais são imperfeitos, é possível que nem tudo que eles ensinaram esteja certo. É fato também que o exemplo deles vai nos influenciar, seja para o bem, seja para o mal.
Eu lembro na Biblia como Isaque repete o pecado de Abraao. Quando Abraao foi para o Egito, mentiu por covardia, por medo de morrer, dizendo que Sara não era sua mulher, mas era sua irmã, e muitos anos depois Isaque, o filho de Abraão, ao viver a mesma situação, cometeu o mesmo pecado e mentiu por covardia, por medo de morrer, e disse que Rebeca era sua irmã (Gn 12:10-13; 26:7).
Essa vão maneira de viver da qual fala 1Pe 1:18,19, essa vaidade, esse pecado, esses erros na maneira de viver de nossos pais, são uma herança ruim que precisamos que colocar na luz de Jesus Cristo, para poder discernir e reprovar e abandonar. O exemplo dos pais e mães para o bem ou para o mal é muito forte. Não só o que eles ensinam mas o que eles fizeram. Na verdade, o que eles fizeram antes de seus filhos nascerem já os influenciam para repetirem os mesmos erros dos seus pais. Só dos filhos saberem que ele fez isso ou aqullo já é uma influência para os filhos fazerem igual. Sim o que você faz, antes de casar, e antes de ter filhos, vai influenciar seus filhos no futuro, quando eles souberem o que você fez. E seus filhos vão achar que você não pode repreendê-los por isso. Ainda pode ter que ouvir: quando você tinha a minha idade, você fez pior.
Então a nossa família não é o centro da nossa vida, e não é absoluta. Pelo contrário, muitas vezes, vamos ter que dizer não à família para dizer sim a Jesus Cristo. Não podemos absolutizar a família. Autoridade absoluta é somente a de Jesus Cristo. Jesus está sobre mim, sobre você, sobre os pais, sobre as maes, Jesus Cristo é o Senhor de todos, Toda a autoridade no céu e na terra estão nas mãos de Jesus Cristo.
A essencia da Palavra de Deus é uma pessoa, o Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus Cristo é a Palavra encarnada. Jesus Cristo não é uma lista de regras para ser bem-sucedido no mundo, Jesus Cristo é o Senhor do Universo, o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhor, o Sim e o Amém de Deus, onde se cumprem todas as promessas de Deus, Jesus Cristo não é somente o nosso modelo, Jesus Cristo é o nosso destino. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas, glória pois a Ele, eternamente, Amém!
Jesus! Jesus! Não a igreja, não a família, não a religião, não a doutrina, embora tudo isso seja importante, nada disso é o centro, o centro de tudo, o centro do universo, o centro da sua vida tem que ser Jesus! Jesus Cristo antes da família, Jesus Cristo em primeiro lugar.
Você O conhece? Você conhece a Jesus? Ele é uma pessoa viva e verdadeira. Jesus não é uma doutrina, Jesus é uma Pessoa! Você O conhece? Você O serve? Você crê nEle? Tudo começa com Ele! Você entende isso? Você experimenta isso? Você começa tudo com Ele? Você faz tudo por Ele? Você vive para Ele?
2 - AS IMPERFEIÇÕES DA NOSSA FAMÍLIA NÃO NOS IMPEDEM DE SERVIR A CRISTO.
Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?
Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.
Gn 37:26,27
Por esse texto, a gente pode perguntar se a família de José era uma família modelo. Era? Claro que não. Estava muito longe disso. O pai com quatro esposas, as esposas brigando entre si, o pai não escondendo de ninguem que José era seu filho favorito. E tudo isso culmina nos irmãos de José o vendendo como escravo. É fato que José contava seus sonhos sobre governavar seus irmãos para eles, José também contava para seu pai as coisas erradas que seus irmãos faziam, mas nada disso justifica essa atitude: vender o irmão como escravo e depois enganar o pai para que ele pensasse que José tinha morrido. E vender como escravo foi a solução menos pior, pois a intenção original deles era realmente matar José. Com irmãos como esses você não precisa de inimigo!
Então a família de José estava longe de ser perfeita. Era uma família muito imperfeita, era uma família, muito problemática, era uma família terrível.
Mas as imperfeições da sua família não lhe impediram de servir a Deus. Como nós lemos em Gn 49:22-24, mesmo com essa família tão imperfeita, ainda assim José se susteve na Fonte, no Forte, no Valente de Jacó , no Pastor de Israel, na Pedra de Israel, que é Deus na sua vida.
Mas tem familia modelo na Bíblia? Qual?
Na Biblia existe sim o modelo de famíla, mas não existe a família modelo.
Pelo contrário, o que você tem na Bíblia é a maioria de famílias problemáticas, as famílias da Bíblia são mais problemáticas que a maioria das nossas famílias de hoje.
As famílias da Bíblia tem:
Briga entre irmãos: Caim e Abel, Esaú e Jacó, Raquel e Léia
Adultério do pai: Judá, Davi,etc.
Adultério da mãe: Gomer, a esposa de Oséias; Bila, esposa de Jacó.
Jugo desigual: Ester e Assuero; Eunice, a mãe de Timóteo.
Desrespeito e desonra contra os pais: Cam contra Noé; Absalão contra Davi.
Onde está a família modelo? Não tem.
Graças a Deus que nem a família de Jesus foi um modelo perfeito.
Se Jesus era perfeito, José e Maria não era perfeitos.
Para nós não ficarmos nem frustrados, nem nos sentirmos fracassados, deprimidos, por não ter uma família modelo.
As pessoas da Bíblia não tiveram famílias modelo, mais isso não as impediu de serem salvas por Deus, aceitas por Deus, transformadas por Deus, e servirem a Deus.
A salvação é pela graça. E a santificação é gradual e sempre imperfeita.
Todo ser humano é imperfeito. Você é um ser humano, portanto você é imperfeito.
Mesmo depois de convertido, a tua santificação é gradual, e você sempre será imperfeito.
Crente ou não crente, são todos imperfeitos.
Salvo ou não são salvo, são todos pecadores.
Sim, pecadores todos somos, nós só temos pecados diferentes.
Toda família é composta por seres humanos. Portanto é um fato inevitável que toda família também será imperfeita.
Assim a sua família também sempre será imperfeita. Como você, seu pai, sua mãe, seu esposo, sua esposa, seu filho, sua filha, todos, vão ser sempre imperfeitos.
Mas é na imperfeição que Deus trabalha, é aos imperfeitos que Deus usa e é sua família, imperfeita do jeito que é, que Deus pode usar neste mundo para a Sua glória.
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
2Co 4:7
Esse vaso de barro que é você, esse vaso de barro que é a sua família, pode carregar um tesouro de ouro que é o evangelho de Jesus Cristo. E é assim que deve ser, o vaso de barro que vai carregar o tesouro de ouro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
Se todas as famílias são imperfeitas, não é conveniente que na igreja de Cristo, a coluna e baluarte da verdade, permita que na sua reunião se alimente a ilusão. Pois é uma ilusão nós ficarmos bajulando os seres humanos, idealizando, canonizando como se fossem anjos na terra.
Mães, não deixam de ser pecadoras, por serem mães, toda mãe é mãe pecadora.
Pais, não deixam de ser pecadores por serem pais, todo pai, é pai pecador.
Crianças não deixam de ser pecadoras, por serem crianças, toda criança é criança pecadora.
Todo filho não deixa de pecador por ser filho, é filho pecador.
Todo irmão não deixa de ser pecador, por ser irmão, é seu irmão pecador.
Pecadores é o que somos, e pecadores é o que seremos até o fim da vida. Pecadores todos somos, nós só temos pecados diferentes.
A questão é que embora tenhamos que pregar o modelo de família, não devemos nos culpabilizar por nossa família não seguir o modelo.
Primeiro que não escolhemos nossa família. Você não escolheu seu pai. Não escolheu sua mãe, não escolheu seus irmãos, não escolheu suas irmãs. O conjuge, você escolheu, sim ok, mas se fosse há uns 100 anos atrás nem isso você escolheria. Porém você não escolhe o cônjuge inteiro. Você escolhe a parte que você conhecia do cônjuge. Antes de morar junto não conhecemos a pessoa de verdade. Só conhecemos depois que moramos juntos. Então você escolheu a parte que você conhecia antes de morar junto. E que parte é essa? 60%? 50%? 40%? Filho, a gente pode até escolher quando ter filho. E mesmo essa vinda pode acontecer em um momento que a pessoa não planejou e também a pessoa que quer ter filho pode tentar por vários anos e não conseguir. De qualquer maneira, mesmo que o filho venha exatamente na hora que a pessoa escolheu, você não escolhe o filho que veio. Não escolhe se veio menino ou menina. Não escolhe a personalidade do filho, não escolhe o temperamento do filho, aqueles aspectos da essência da pessoa humana que a sua criação e educação não podem determinar.
E a família é construção coletiva, como que o indivíduo vai ser responsabilizado por não ter uma família modelo, se não depende só de você? Você pode fazer a sua parte, se os outros membros da família não fizerem a parte deles, não adianta.
Você faz o que pode, com o que você tem.
Você não tem que sentir culpa, frustração ou fracasso por não ter uma família modelo. Não depende só de você. Mesmo que algum erro seu do passado tenha impedido você de ter uma família modelo, Jesus não te ama menos, Jesus não te aceita menos e Jesus não te usa menos.
respondendo Jesus, disse: (...) O meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Mt 11:25,30
os escribas e fariseus (...) atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los;
Mt 23:1,4
É um fardo pesado: ser cobrado a ter uma família modelo. Mas Cristo não te cobra ter uma familia modelo.
Temos que escolher se vamos ser discípulos de Jesus ou dos fariseus. Pois muitas vezes ao pregar o modelo de família, quem está atando fardos pesados somos nós!
Não entendam mal, não é que não devemos pregar o modelo de família da Bíblia, mas ao faze-lo temos ter a máxima compaixão, temos que pregar com amor, temos que pregar com misericórdia, temos que pregar com empatia,
Pois nem a palavra da igreja, a reunião da igreja deveria ser uma ocasião para tornar as pessoas mais miseráveis, deprimidas, frustradas por não terem alcançado a familia perfeita, ou sequer a familia completa, ou sequer qualquer familia. Pois ao pregar o modelo de família podemos estar causando tristeza nas pessoas cuja família nunca atenderá a esse modelo. Pois nossa santificação é gradual e nunca será perfeita, não depende só do indivíduo e a família é construção coletiva.
Jesus não deixava de exortar os que vivem no pecado, mas como Ele fazia?
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
Jo 4:16-18
Repare como Jesus não oprime ela por causa da sua pendência moral.
Mas nós somos muito duros. Nós não trataríamos essa mulher como Jesus tratou. Ela era amante de um homem casado. Qual a possibilidade dessa mulher ter uma familia modelo? Já teve cinco maridos e o sexto não era marido dela! Não só a vida familiar dela estava toda errada, como ela estava contribuindo para destruir a família dos outros.
Mas como Jesus fala com ela?
Jesus não deixou de tocar no assunto, é verdade. Mas faz toda a diferença como Ele tratou. Ele diz: “chama o teu marido aqui”, e ela diz “não tenho marido”. Ela mesmo acabou confessando a situação. Mas Jesus só disse ‘chama o teu marido’. Para uma mulher amante de homem casado. Onde está o xingamento? Onde estão os insultos? Onde está a discriminação? Onde está a condenação? Onde está o preconceito? Não tem. Nós falamos assim com os pecadores? É assim que exortamos os membros da nossa família que estão vivendo no pecado? Nós tratariamos essa mulher do jeito que Jesus tratou?
Aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou.
1Jo 2:6
Temos que imitar a Jesus também nessa questão: no modo como falamos com os que vivem no pecado. No modo como nós exortamos as pessoas que estão no pecado.
Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e anunciará aos gentios o juízo.
Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz;
Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo;
E no seu nome os gentios esperarão.
Mt 12:18-21
De Jesus estava profetizado: Não esmagará a cana quebrada, ou seja, não vai pisar nas pessoas que já estão sofrendo as consequências do seu pecado. Não devemos tratar de forma sádica os que já prejudicaram a si mesmos. Não destratar os quebrantados. Aquela mulher foi buscar água no poço ao meio dia, e isso é um sinal que ela já estava sofrendo na sua vida as consequencias do seu pecado, pois ao meio dia ninguém vai buscar água no poço, ao meio dia naquele clima semiárido no Oriente Médio, ninguém sai na rua. As ruas estavam desertas, e ela aproveitava essa ocasiaõ para ir buscar água, para não encontrar com as pessoas. Ou seja, ela já estava sendo discriminada, mal vista, mal falada, evitada pelos outros, quem sabe até era xingada na rua quando passava.
Ela estava sim errada, ela sabia que estava errada, e já estava sofrendo por estar errada. A sua vida familiar estava toda errada.
As pessoas que vivem no pecado, geralmente já sabem disso. Já estão sofrendo as consequências. Não é o chamado da igreja esmagar a cana quebrada e aprofundar as feridas dos que sofrem as consequencias do pecado. O chamado da igreja de Cristo é aplicar o bálsamo do evangelho, o bálsamo do perdão de Deus dos pecados que está em Cristo Jesus, para que elas sejam curadas. É correr para o abraço do pecador como o pai da parábola do filho pródigo.
Quando Cristo se encontra com a mulher samaritana, tem um assunto que tem prioridade absoluta. O mais importante é ela conhecer a Cristo. O mais importante era sua relação com Ele. Chama o teu marido aqui. Ela estava errada, e o homem com ela estava errado, mas a solução passa primeiro de tudo por um encontro com Jesus Cristo. Sem um encontro com Jesus Cristo, a mera reprovação moral não resolve. Chame o seu parente, o seu familiar, o seu marido, a sua esposa, o seu filho, a sua filha, chame o seu pai, chame a sua mãe, para se encontrarem com Jesus Cristo, para conhecerem Jesus Cristo. Isso é o mais importante. Isso é o essencial, e as pendências morais Jesus vai tratar com eles depois. “Vai lá e chama o teu marido”. Ou seja, venha conhecer a Cristo com quem está contigo. Seja a pessoa que for, seja família que for. Isso é o mais importante, conhecer a Cristo. A transformação de vida vem depois. Esse é o serviço a Cristo que você pode fazer, independente de quem você for, e de como seja sua família. Chamar para conhecer a Cristo.
Para essa mulher samaritana que tinha que ir todo dia buscar água no poço, para ela Jesus disse, quem beber da água que eu der nunca terá sede novamente (Jo 4:14). E junto com essa declaração que Jesus puxa o assunto sobre a vida familiar daquela mulher samaritana, que teve cinco maridos e o que tinha agora não era seu marido. O paralelo é óbvio. Os relacionamentos que ela teve não foram satisfatórios. E assim será, com todo relacionamento humano, entre seres humanos imperfeitos, nunca, nunca serão plenamente satisfatórios. São águas que nunca satisfazem plenamente. Você daqui a pouco está com sede de novo. Não é isso que completa sua alma. Nenhum relacionamento humano, seja de marido e esposa, seja de pais e mães com seus filhos e filhas, nenhum relacionamento humano satisfaz completamente a sua alma. A tua família não pode satisfazer a tua alma! A plenitude da tua vida, o centro da tua vida não está na tua família.
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. (Jo 4:14)
Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:
Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?
Jo 4:28-29
Uma mulher amante de um homem casado, mas que encontrou Jesus, e então ela é imediatamente transformada em instrumento do Reino de Deus. Em nenhuma comunidade religiosa do passado, do presente ou do futuro, dariam a essa mulher algum cargo ou tarefa rapidamente. “Primeiro se separa desse cara, depois fica aí uns cinco anos no banco, e pode começar a tirar a poeira dos móveis da igreja”. Parece que a gente esquece que ‘pecadores todos somos, apenas temos pecados diferentes’. Qual a possibilidade dessa mulher ter uma familia modelo? Já estava no sexto marido!
Mas o que aconteceu? A palavra de Jesus se cumpriu imediatamente. Ela bebeu da água de Cristo e essa água se tornou numa fonte de água dentro dela, de maneira que não podia guardar para si. Encontrou o salvador, precisava falar isso para os outros. Essa mulher com a qual ninguém queria falar, com ela Jesus se encontrou, e nesse encontro ela foi transformada. Bebeu da água de Cristo e essa água se tornou uma fonte dentro dela. De tal maneira que ela não pode deixar de falar de Cristo para os outros. E essa mulher, samaritana, amante de um homem casado se tornou a primeira missionária.
É assim com você? A água que Cristo te deu já se tornou em fonte para transbordar para o mundo? A água da graça, da misericórdia, do amor, do perdão, a água do Evangelho, da reconciliação com Deus, da paz com Deus, essa água transborda em você?
Sabe em quem essa água transbordou? Em José.
3 - SERVIR A CRISTO EM PRIMEIRO LUGAR É QUE NOS CAPACITA A SERVIR NOSSA FAMÍLIA.
Vendo então os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram: Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.
Portanto mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo:
Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.
Depois vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos.
E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus?
Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.
Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles.
Gn 50:15-21
É isso mesmo que estamos lendo. Depois da morte de Jacó, os irmaos de José vem pedir perdão a ele por terem vendido ele como escravo, e José, simplesmente perdoa. Sem ressentimento, sem vingança, sem retaliação. Ele perdoa. José foi cheio do amor de Deus por seus irmãos. E não só perdoa, ele diz que vai sustentar a eles e aos filhos deles.
A mesma coisa que aconteceu com a mulher samaritana, que ao encontrar com Jesus, isso transbordou de graça em seu coração de tal maneira que precisava falar de Jesus para os outros, aconteceu com José, porque, como lemos no início, ele foi um ramo frutífero junto à Fonte, que se apoiou no Forte, que fortaleceu os seus braços no Valente de Jacó, no Pastor e Pedra de Israel, por isso, que José foi capacitado a perdoar, amar, servir e sustentar os seus irmãos.
Assim também será conosco. Primeiro eu me encontro com Cristo, eu me encanto com Cristo, eu creio em Cristo, eu me entrego a Cristo, eu me sujeito a Cristo, eu vivo com Cristo, eu me satisfaço com Cristo, eu me sacrifico por Cristo, eu dou a vida para Cristo.
E então, o resto é fácil. Porque, pelo fato que eu me dei a Cristo é que eu posso me dar aos outros, da maneira que Cristo me ordena.
Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. (Jo 4:14)
o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Rm 5:5
A si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.
2Co 8:5
Tendo colocado essa base, do relacionamento com Cristo antes da família e apesar das imperfeições da família, é que a gente pode começar a falar sobre os mandamentos de Deus para a família.
Pois não é conveniente nós isolarmos a ética da Palavra de Deus, da essência da Palavra de Deus.
Não é questão de dar ao cristão uma lista de regras morais para a família, para que se ele seguir, sua família será abençoada.
Tampouco adianta pedir ao ímpio que obedeça os mandamentos que até para o cristão são difíceis de cumprir.
A ênfase do texto bíblico, não são os quatro passos para uma família feliz, não são as quatro atitudes para uma família abençoada, o foco, o alvo desses textos não é os benefícios que sua família vai usufruir se seguir essas regras. Até porque, nenhuma bênção de Deus pode ser comprada.
Leiamos corretamente os mandamentos de Deus para família. Qual é a base deles? Qual o alvo deles? Qual o objetivo deles?
De sorte que, assim COMO A IGREJA ESTÁ SUJEITA A CRISTO, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
Vós, maridos, amai vossas mulheres, COMO TAMBÉM CRISTO AMOU A IGREJA, e a si mesmo se entregou por ela,
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais NO SENHOR, porque isto é justo.
E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação DO SENHOR.
Ef 5:24,25;6:1,4
Entenda, em nome de Jesus, que tudo isso que é pedido aqui, é por Jesus. Por amor de Jesus. É que está escrito em Efésios 5, no verso 24 a submissão da esposa ao marido, é como a igreja está sujeita a Cristo. O sacrifício do esposo para a esposa é como Cristo se entregou pela igreja (v.25). A mesma cláusula se repete na relação entre filhos e pais. Os filhos devem ser obedientes no Senhor (Ef 6:1) e os pais devem criá-los na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6:4).
O alvo, o foco, o centro, o objetivo dessas instruções é o que dissemos desde o começo, é colocar Cristo, a pessoa de Cristo, as obras de Cristo, o caráter de Cristo como fundamento da família. O alvo, o objetivo é a glória de Cristo na família. O propósito de você existir no mundo é glorificar a Cristo, e o propósito da sua família existir é ela glorificar a Cristo.
De fato, é mais difícil obedecer esses mandamentos se primeiro você não recebeu a Jesus Cristo como Seu Salvador, Seu Senhor, Sua salvação, Seu Rei, Seu Deus, Seu tudo! Porque o motivo para obedecer esses mandamentos é Cristo. Todos esses deveres familiares devem ser feitos por amor a Cristo, para imitação de Cristo, por submissão a Cristo e pela admoestação de Cristo.
E assim, que vamos tornar esses mandamentos difíceis, como fáceis. Pois a chave que tem virar está nesse texto. Pois os mandamentos bíblicos sobre a família são difíceis quando olhamos para os seres humanos que compoen a familia. Mas ficam mais fáceis quando olhamos para Cristo neles e para o que Cristo fez por eles!
Eu sou cheio de defeitos e incoerências, você é cheio de defeitos e incoerência, seu marido é cheio de defeitos e incoerências, sua esposa é cheia de defeitos e incoerências, seu pai é cheio de defeitos e incoerências, sua mãe é cheia de defeitos e incoerências, seu filho é cheio de defeitos e incoerências, sua filha é cheia de defeitos e incoerências.
E por isso, é difícil a esposa achar que o marido, cheio de defeitos e incoerências, merece ser obedecido.
É difícil o filho ou a filha achar que seus pais e mães, cheios de defeitos e incoerências, merecem ser obedecidos.
É difícil o marido achar que a esposa, cheia de defeitos e incoerências merece o seu sacrifício por ela.
É difícil os pais e mães acharem que seus filhos e filhas, cheios de defeitos e incoerência merecem os seus sacrifícios por eles.
Mas Jesus, Jesus, esse não tem nem defeitos, nem incoerência. Jesus não tem nenhum defeito. Jesus não tem nenhuma incoerência. Jesus é perfeito. Jesus é santo, imaculado, feito mais sublime que os céus, o cordeiro sem defeito, sem pecado, sem falha, sem erro, que ofereceu o seu sangue puro na cruz do Calvário por mim e por você, Jesus é perfeito. Jesus merece a sua obediência, Jesus merece o seu sacrifício, e acima de tudo, Jesus merece o seu amor.
E esse Jesus, que te ama eternamente e merece o seu amor, que nos ordena amar a Ele acima de todas as coisas, para que assim sejamos moldados pelo amor dEle.
Primeiro eu tenho que amar a Jesus acima de qualquer pessoa, para depois conseguir amar qualquer pessoa com o amor que vem de Jesus.
Ao reclamar da paciência que você tem que ter com seu marido ou esposa, com seus filhos ou filhas, ou com seus pais e mães, pense primeiro na paciência que Cristo tem que ter contigo! Pois você é chamado a imitar essa paciência! A paciência de Cristo com Sua igreja. Com todos os defeitos e incoerências da igreja de Cristo, Cristo ainda ama sua igreja.
E você, você pode ter todos os seus defeitos, você pode ter todas as suas incoerências, mas Jesus Cristo ainda ama você.
A esposa que não conhece a Cristo vai obedecer ao marido como a igreja obedece a Cristo? Se ela não é serva de Cristo? Claro que nunca vai fazer isso.
O esposo que não conhece a Cristo vai amar a esposa como Cristo amou a igreja? Se ele não é servo de Cristo? Claro que nunca vai fazer isso.
Mesma coisa o amor entre pais e filhos, sem Cristo, é só esforço humano. Mas por Cristo, a Graça que recebemos por meio de Cristo transborda em nós, e atinge os nossos familiares, e os amamos pelo amor de Cristo fluindo em nós e por causa do amor de Cristo por nós. Não somente vou amar meus parentes, vou amar minha família porque Cristo mandou eu amar a minha família, mas Cristo em mim, que ama a minha família. É o amor de Cristo em mim que vai para eles. Vem de Jesus, Jesus me ama, enche o meu coração com o amor dEle, e então esse amor transborda de mim para os meu familiares. Assim que você se torna um canal do amor de Jesus para os seus familiares.
Você já colocou Cristo em primeiro lugar acima da família? Você já entendeu que pode servir a Cristo mesmo com as imperfeições da sua família? Você já experimenta que a vida de Cristo em você está te capacitando a servir a sua família?